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Cariocas decepcionam em suas estreias nas Séries A e B do Brasileirão

Times cariocas não conseguem vencer nas aberturas das Séries A e B do Brasileirão. Flu, Fla e Vasco empatam e Botafogo é o único derrotado.

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10 de abril de 2022
Cariocas decepcionam em suas estreias nas Séries A e B do Brasileirão
Fred quase decidiu o jogo na estreia do Brasileirão, mas carimbou a trave. Crédito: Mailson Santana / Fluminense

Não é novidade que Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama têm objetivos diferentes na disputa do Brasileirão, os três primeiros na Série A e o último na Série B. Proporcional é, portanto, os graus de frustração diante de um resultado negativo. Mas decepção é decepção e esse é o sentimento comum aos quatro grandes do Rio neste domingo.

Flu não sai do zero contra o Santos

O primeiro carioca a entrar em campo pelo Brasileirão foi o Fluminense. A estreia em casa contra o Santos empolgou a torcida tricolor que colocou pouco mais de 20 mil pagantes no Maracanã. Mas a vontade parece ter ficado somente na arquibancada. O zero a zero foi um resultado justo para um jogo morno demais para a tradição das camisas.

Se tivéssemos, no entanto, que escolher um vencedor para a partida seria o Fluminense. Mesmo sem a boa fase de Paulo Henrique Ganso, que não estava em campo para ser poupado, o tricolor das Laranjeiras tomou as rédeas da partida e criou as poucas chances do jogo. Já o Santos desde o início demonstrou o interesse em levar para casa o empate, talvez um bom resultado para trazer tranquilidade ao questionado técnico Fabián Bustos.

O primeiro tempo foi todo de Germán Cano, que teve em seus pés a maioria das chances do Fluminense. O argentino como sempre se posicionando muito bem para concluir as jogadas. Mas do outro lado um inspirado João Paulo garantiu o empate para o Santos, que até tentou algo no contra ataque, mas sem sucesso.

No segundo tempo o Fluminense aumentou a intensidade e fez o Santos ficar ainda mais retraído em seu campo. O tricolor das Laranjeiras até finalizava, mas nada que realmente assustasse a meta do goleiro João Paulo. E no finalzinho veio a grande chance. O atacante Fred, que havia entrado no lugar de Cano, recebeu na área de Luiz Henrique e finalizou com força. A bola carimbou a trave. Era dia 0 a 0 na estreia de Fluminense e Santos no Brasileirão.

Fla melhora, mas ainda não convence

Apesar de não ter sido brilhante na partida, o atacante Bruno Henrique fez o gol do Flamengo. Crédito: Gilvan de Souza / Flamengo

A noite de sábado foi animada no simpático estádio Antônio Accioly, em Goiânia. Flamengo e Atlético Goianiense protagonizaram um confronto aberto na estreia do Brasileirão, com as duas equipes partindo para cima em busca do resultado. Nada de retranca e nada de excesso de respeito ao adversário.

No lado do rubro-negro carioca, um time mais organizado do que no jogo no meio de semana contra o Sporting Cristal no peru e que nem de longe lembrava as duas partidas péssimas contra o Fluminense nas finais do Carioca.

Além de uma transição ofensiva mais inteligente e com sabedoria na hora de tomar as decisões, deu para ver uma recomposição um pouco mais rápida. No entanto, ainda falta muito para um desempenho faça valer o quanto custa este elenco.

O Flamengo começou o jogo tomando um baita susto aos três minutos, com um gol anulado de Wellington Rato. O VAR recomendou a marcação de impedimento de Shaylon na jogada. Tal fato deu uma acordada no Flamengo, que passou a se movimentar melhor no ataque.

Após chances perdidas com Bruno Henrique e Gabi e um ou outro contra ataque do Atlético Goianiense o primeiro tempo terminou em zero a zero com gostinho de quero mais.

E o que o povo gosta veio no segundo tempo. O time da casa abriu o placar em um lance consequência de um fato que se repete com frequência: erro de Andreas Pereira. O meia do Flamengo teve o passe interceptado e ligou o contra ataque para o time goiano. O camisa 10 Jorginho, que fez bela partida, lançou Dudu, que foi ao fundo e cruzou. Wellington Rato, livre de marcação completou no cantinho.

O Flamengo, no entanto, não se abateu e continuou com as rédeas da partida, mesmo que com a falta de efetividade, rotina do trabalho de Paulo Sousa. E a pressão surtiu efeito. Menos de dez minutos após o Atlético abrir o placar, Bruno Henrique deixou tudo igual em uma cabeçada linda em cobrança de escanteio de Arrascaeta.

No terço final do jogo duas grandes chances para cada time nos pés de Pedro, do Flamengo, e Leo Pereira, do Atlético Goianiense. Em comum, o desfecho. As duas bolas carimbaram a trave. Era o recado dos deuses do futebol de que o espetáculo não teria vencedor.

Botafogo entra desligado e paga caro

O jovem Matheus Nascimento deu outra vida ao ataque do Botafogo no segundo tempo.
Crédito: Vítor Silva / Botafogo

A torcida comprou a ideia de que o Botafogo tem um futuro diferente desenhado com a transformação na SAF. A prova disso é o bom público presente no Nilton Santos na estreia do time no Brasileirão. Foram 36 mil presentes.

Grande parte destas testemunhas sabiam que o time do Botafogo tem deficiências graves que o colocam no máximo no meio da tabela nas previsões para um Brasileirão tão disputado. Mas é preciso competir. Tentar jogar de alguma maneira. E este jogo é icônico para este pensamento. O primeiro tempo é para esquecer. O segundo tempo é para valorizar.

O alvinegro carioca começou o jogo assistindo um Corinthians extremamente envolvente e com muita vontade de vencer. O atacante Willian jogou apenas 45 minutos e foi o suficiente para colocar o jogo no bolso. Com movimentação e velocidade que lembraram seus melhores tempos de futebol europeu. Foram duas lindas assistências para os gols de Paulinho e Lucas Piton. O outro gol foi marcado por Mantuan.

O primeiro tempo que havia começado com uma grande chance perdida por Erisom, que chegou a driblar Cássio, terminou de maneira bem diferente. Uma goleada histórica estava mais perto de acontecer do que uma reação do Botafogo. Ficamos no meio termo.

O Botafogo voltou para o segundo tempo aproveitando que o Corinthians claramente sentiu a saída de William no ataque. Para completar, Matheus Nascimento e Diego Gonçalves entraram e deram outra cara para as investidas ofensivas do Botafogo. No gol de honra do time da casa, Matheus Nascimento sofreu pênalti que foi convertido por Diego Gonçalves. Mas foi só.

Vasco começa a Série B com pé esquerdo

O meio campo Nenê teve atuação discreta na estreia do Vasco da Gama na Série B

Aqui vai mais uma lembrança à empolgação das torcidas com o futuro desenhado pelas SAF. Ansiosas por um desfecho em relação à negociação da 777 Partners como compradores do futebol vascaíno, a torcida cruzmaltina lotou São Januário para ver a estreia do time na Série B do Brasileirão contra o Vila Nova.

No placar, 1 a 1. Nas ideias a certeza de que o Vasco da Gama vai ter que fazer muito diferente para conseguir o acesso em uma Série B de Brasileirão que promete ser a mais difícil dos últimos anos. E o time do outro lado também não fez muita questão de melhorar o cartão de visita. O torcedor empolgado foi obrigado a se contentar com um jogo muito ruim, onde nenhuma das equipes mereciam vencer.

Os dois gols do jogo saíram logo no início. Aos 8 minutos, Raniel completou rebote do goleiro Georgemy em cabeçada de Edmar e abriu o placar. Três minutos depois Arthur Rezende subiu alto para cabecear após cobrança de escanteio. Sem chance de defesa para Thiago Rodrigues.

Ainda no primeiro tempo o Vasco bem que conseguiu chegar ao gol com Edmar. O VAR, no entanto, chamou o árbitro Leandro Vuaden para checar falta de Bruno Nazário no lance. Dito e aceito. O gol foi anulado e a partida foi para o intervalo em 1 a 1.

No segundo tempo, com as duas equipes cansadas, a qualidade do jogo foi piorando ainda mais. Era nítido que nenhum dos dois times teria qualidade para virar a partida na técnica. O jeito era a bola parada ou um golpe de sorte.

Mas para a tristeza dos torcedores que lotaram São Januário, não foi o que aconteceu. O 1 a 1 deixou a massa vascaína na bronca e fez ecoar os gritos de “time sem vergonha”. Vasco e Vila terão que melhorar muito para ser possível sonhar com o acesso à Série A.

A segunda rodada da Série A do Brasileirão será no próximo fim de semana. O Fluminense viaja para enfrentar o Cuiabá no sábado, às 21h na Arena Pantanal. O Flamengo recebe o São Paulo no Maracanã no domingo às 16h e o Botafogo joga no mesmo dia, às 19h, contra o Ceará, no Castelão. Pela Série B, o Vasco enfrenta o CRB, no sábado, no Rei Pelé, às 19h.