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Brasil joga mal, perde de Camarões de 1 a 0, mas termina em primeiro lugar no Grupo H

Muito dependente da individualidade de jogadores como Vini JR e Rodrygo, Brasil sofre com falta de entrosamento. Oitavas serão na segunda.

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02 de dezembro de 2022
Brasil joga mal, perde de Camarões de 1 a 0, mas termina em primeiro lugar no Grupo H
O atacante Gabriel Martinelli foi destaque do Brasil contra Camarões. Crédito: Lucas Figueiredo / CBF

O Brasil cumpriu a sua missão de terminar a primeira fase em primeiro lugar no Grupo H da Copa do Mundo do Catar, mas a conquista foi de uma certa forma arranhada. Com o time todo reserva, a Seleção Brasileira enfrentou Camarões em busca da vitória para carimbar uma primeira fase eficiente. Mas o que se viu em campo foi falta de pontaria e entrosamento da equipe e a surpreendente derrota de 1 a 0 para a equipe africana, gol de Aboubakar.

Com a derrota, o Brasil avança em primeiro no grupo superando no saldo de gols a Suíça, que venceu a Sérvia por 3 a 2 e também chegou aos seis pontos. A diferença entre as duas equipes é de um gol. Camarões termina a primeira fase em terceiro, com quatro pontos, e Sérvia em último, com um ponto.

A primeira derrota do Brasil para seleções africanas em 22 participações em Copa do Mundo começou com a esperança nos pés de Rodrygo, que vinha de duas boas exibições e no apetite de Antony. A surpresa acabou por ficar em Gabriel Martinelli, que jogou aberto pela esquerda e tentou simular Vini JR. Guardadas as proporções, o garoto do Arsenal foi muito bem em seu propósito e criou as melhores chances do Brasil no primeiro tempo.

Dentro da área, no entanto, o oportunismo de Richarlison, autor dos dos primeiros gols do Brasil na Copa, fazia falta no espelho com um Gabriel Jesus que batalhou, se movimentou, recebeu, deu passe, mas tudo sem brilho. Falta um quê a mais para o ex-camisa nove do Palmeiras, que continua sem fazer gols em copa.

Enquanto a zaga mostrava a segurança habitual, no meio campo Fabinho e Fred desfilavam um futebol burocrático, o que faz o Brasil repetir algo presente em jogos como a segunda rodada contra a Suíça – a dependência de seus pontas e da individualidade de certos atores.

O meia Everton Ribeiro não conseguiu repetir na seleção as boas atuações do Flamengo. Crédito: Lucas Figueiredo / CBF

Brasil é castigado no fim

No segundo tempo, Camarões ensaiou algumas jogadas de perigo, mas logo o jogo voltou ao controle do Brasil, que colocou em campo Everton Ribeiro e Bruno Guimarães, além do zagueiro Marquinhos, que entrou improvisado na esquerda no lugar de Alex Telles, que sofreu lesão preocupante.

Com o controle do jogo na mão, a Seleção Brasileira passou a empilhar chances de gols, mas os desenhos das jogadas mostravam uma boa dose de improviso, como se o pensamento tivesse na bola na rede, sem saber como chegar até lá.

A entrada de Raphinha e Pedro colocaram sangue novo no ataque, mas a falta de pontaria continuava, principalmente nos pés de Bruno Guimarães. O meia do Newcastle, dono de uma categoria ímpar, parecia fora de sintonia.

O Brasil terminou o jogo com 21 finalizações, mas a máxima do futebol de vez em quando dá as caras. A zaga, tão elogiada mesmo com os atores reservas, acabou vazada. Aos 46 minutos do segundo tempo, o camisa 10 de Camarões, Aboubakar, que havia dito não temer o Brasil, se movimentou bem no meio da defesa canarinha e fez o gol para os africanos. Na comemoração, camisa pro alto e expulsão garantida.

O Brasil enfrentará nas oitavas de final a Coreia do Sul, que terminou em segundo lugar no Grupo G, na próxima segunda-feira, às 16h. De lição para as próximas fases fica a ideia de fazer um jogo menos dependente dos pontas e das individualidades de jogadores como Vini JR e Rodrygo.

A seleção tem força para chegar à final e terá, pelo menos até a semifinal, um caminho teoricamente mais fácil. Se passar pela Coreia enfrenta o vencedor de Japão e Croácia. Mas a Copa do Mundo do Catar ensina a cada rodada que se fechar o olho a zebra faz a festa.

O meia Bruno Guimarães, do Newcastle, se apresentou para o jogo, mas pecou nas finalizações.
Crédito: Lucas Figueiredo / CBF

Confira como ficaram os confrontos nas oitavas:

Chave A
Oitavas 1 – 3/12 (12h) – Holanda x Estados Unidos
Oitavas 2 – 3/12 (16h) – Argentina x Austrália

Chave B
Oitavas 3 – 5/12 (12h) – Japão x Croácia
Oitavas 4 – 5/12 (16h) – Brasil x Coreia

Chave C
Oitavas 6 – 4/12 (12h) – França x Polônia
Oitavas 5 – 4/12 (16h) – Inglaterra x Senegal

Chave D
Oitavas 7 – 6/12 (12h) – Marrocos x Espanha
Oitavas 8 – 6/12 (16h) – Portugal x Suíça