Paraty. Uma cidade litorânea com natureza exuberante. Uma arquitetura que preserva em pé história de uma região e de um país. Um centro da cidade onde os carros são impedidos de trafegar pelas ruas de pedra. Tudo isso com o plus de uma maré cheia que de vez em quando insiste em mudar a paisagem. Patrimônio da Humanidade, a cidade do Sul Fluminense celebra nesta segunda-feira 355 anos.
Foi por volta da década de 1660 que o povoado começou a se desenvolver em volta da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. No ano de 1667 uma carta régia oficializou o reconhecimento da localidade como uma vila emancipada com o nome de Vila Nossa Senhora dos Remédios de Paraty.
Na época do Brasil Colônia a cidade ganhou importância econômica para o país. Isso ocorreu pois o ciclo do ouro passava obrigatoriamente pela localidade, situação que também ocorria com a trilha do café, que era despachado do porto após ser produzido no Vale do Paraíba. Além disso, a produção de aguardente e açúcar trazia desenvolvimento econômico para a região.
No entanto, tudo mudaria séculos depois. Em 1870, com a abertura de um novo caminho ferroviário entre Rio e São Paulo, através do Vale do Paraíba, a antiga trilha de burros pela Serra do Mar, que levava a produção de café para o Porto de Paraty, perdeu sua função, afetando de forma intensa a atividade econômica de Paraty.
A Abolição da Escravatura, em 1888, causa um êxodo na cidade. Dos 16 mil habitantes existentes em 1851, restaram, no final do século XIX, apenas “600 velhos, mulheres e crianças”. Paraty ficaria isolada definitivamente do país por décadas. O acesso à cidade só era possível de barco e isso contribuía para o isolamento.
Mas tal fato veio a mudar na segunda metade do século XX. A construção da Rodovia Rio-Santos (BR-101), em 1970, passando na porta da cidade, reapresentou Paraty ao país e fez surgir uma nova fase do turismo local. E engana-se quem na época pensou que a história ainda preservada nas belas construções seria depredada.
De lá para cá Paraty ganhou cada vez mais protagonismo no turismo fluminense e nacional, com destaque para a cena gastronômica, a variedade das cachaças produzidas em seus alambiques e um litoral de natureza exuberante e protegida.
Em 2013, Paraty ganha protagonismo no setor mundial de turismo cultural, com a realização da primeira edição da Festa Literária Internacional de Paraty. O evento é um dos principais encontros mundiais de arte e literatura.
Em 2019, a cidade foi considerada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 2019. A cidade foi o primeiro bem brasileiro inscrito na categoria de sítio misto, ou seja, cultural e natural.
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