Política

Lei ‘mais-valia, mais-valerá’ gera críticas no Rio

A recente aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 2/2025, conhecido como “mais-valia, mais-valerá”, pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, reacendeu um debate importante sobre os rumos do planejamento urbano na cidade. A proposta autoriza a regularização de construções irregulares mediante o pagamento de uma contrapartida financeira à prefeitura. Para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), essa medida representa um retrocesso que ameaça os princípios do ordenamento territorial e do planejamento urbano.

“Trata-se de uma iniciativa com a qual arquitetos e urbanistas não podem concordar”, afirma Sydnei Menezes, presidente do CAU/RJ. Ele argumenta que a nova lei contorna diretrizes legais importantes, como o plano diretor e a legislação de uso e ocupação do solo. Para Menezes, ao permitir a “legalização do ilegalizável”, o projeto subverte a lógica urbanística ao transformar exceções em regra.

O presidente do CAU/RJ ressalta que, embora a cidade esteja em constante transformação e precise de certa flexibilidade, isso não pode justificar a fragilização das normas vigentes. “A adoção de gabaritos elevados como referência e a ocupação irregular de quadras urbanas são exemplos de aspectos que precisam ser revistos”, diz. Ele alerta ainda para o risco de que esse tipo de regularização se torne uma prática recorrente, enfraquecendo os instrumentos técnicos de planejamento urbano.

Nova lei desperta preocupações

A proposta também desperta preocupações quanto ao retorno de práticas comuns antes da Constituição de 1988, quando mudanças na legislação urbanística eram feitas sem debate público. Segundo Menezes, permitir a regularização generalizada por meio de compensação financeira pode abrir espaço para distorções graves e impactos duradouros sobre o espaço urbano.

O CAU/RJ defende que a aplicação da nova lei deve ser feita com rigor técnico e critério, evitando que exceções se consolidem como políticas permanentes. O Conselho enfatiza a necessidade de regras claras e instrumentos eficazes que garantam que a flexibilização não comprometa os princípios fundamentais do ordenamento urbano no Rio de Janeiro.


Quer receber esta e outras notícias diretamente no seu Whatsapp? Entre no nosso canal. Clique aqui.

Posts Recentes

Vereadora de 19 anos é nomeada para cargo na Secretaria do Ambiente

Vereadora mais jovem do Brasil e eleita no ano passado pelo Partido da Mulher Brasileira…

12 horas atrás

Enel Rio reforça ações de consumo consciente

A Enel Distribuição Rio divulgou, nesta quarta-feira (15), no Dia Nacional do Consumo Consciente, um…

16 horas atrás

Projeto oferece 2.300 vagas de capacitação em Maricá

A Prefeitura de Maricá, em parceria com o empreendimento MARAEY, o Sistema Firjan/SENAI e a…

19 horas atrás

Secovi Rio é reconhecido em premiação do Programa Sesc Mesa Brasil

O Secovi Rio foi um dos destaques do tradicional Encontro de Parceiros do Programa Sesc…

20 horas atrás

Fiocruz lança nova edição do HackGirls

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) lançam, nesta terça-feira (15),…

20 horas atrás

Paracambi amplia investimentos e anuncia avanços na saúde

Nesta semana, o prefeito de Paracambi, Andrezinho Ceciliano (PT), anunciou uma série de avanços significativos…

20 horas atrás