A poucas semanas para o Natal — considerada a data mais importante para o comércio e responsável por cerca de um terço do faturamento anual do setor — os lojistas do Rio de Janeiro estimam um aumento de 5% nas vendas neste fim de ano. O resultado é da pesquisa realizada pelo Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio), que entrevistou 250 comerciantes da capital fluminense.
Para atrair consumidores, os estabelecimentos apostam em diversas estratégias, como descontos para compras à vista, kits promocionais, mudanças de layout nas lojas, vitrines decoradas, estoque renovado e uso de inteligência artificial para definição de ações de venda. Segundo o levantamento, 85% dos lojistas acreditam que os itens mais procurados serão roupas, calçados, brinquedos, bolsas e acessórios, celulares, produtos de perfumaria/beleza e bijuterias.
O preço médio dos presentes, na avaliação de 65% dos entrevistados, deve variar entre R$170 e R$240 por pessoa. O cartão de crédito deve ser a forma de pagamento mais utilizada, seguido do cartão à vista, Pix, dinheiro e compras a prazo.
Lojistas do Rio esperam que a maior parte das vendas seja antes do Natal
A pesquisa também indica que 60% dos lojistas esperam que a maior parte das vendas seja concentrada nos dias que antecedem o Natal, reforçando o comportamento de compra tardia do consumidor brasileiro.
De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do SindilojasRio, a expectativa positiva é influenciada pelo apelo emocional da data. “É um número animador porque — apesar da inflação, juros elevados e alto endividamento das famílias — a dinâmica do mercado de trabalho, o crescimento da renda e a sazonalidade da demanda criam um cenário de otimismo”, afirmou.
O dirigente lembrou que o setor enfrentou dificuldades no primeiro semestre devido à inflação acima da meta, alta do dólar, forte elevação dos juros e incertezas políticas, fatores que afetaram o consumo. “Agora mesmo, no começo de novembro, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano e, pelo visto, os juros deverão permanecer altos por bom tempo até a inflação ceder mais. Para o mercado, cortes nos juros acontecerão a partir de 2026, mesmo assim em ritmo lento, o que deverá comprometer o nível de atividade econômica, prejudicando o comércio”, declarou.
Aldo Gonçalves conclui afirmando que o comportamento dos consumidores neste fim de ano ainda será diretamente influenciado pelas condições econômicas, pela confiança e pelas expectativas. Segundo ele, produção, investimentos e emprego dependerão do ritmo de queda dos juros e da evolução da economia, em parte impulsionada pelo consumo.
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