Nas entrelinhas da notícia

Minha Sogra Comunista

*Por Professor Hélvio Costa

Dizem que confusão só serve se for grande e penso que é verdade pois descobri que a mãe da minha mulher além de ser minha sogra, ainda é comunista. Em uma manhã de domingo durante um colóquio descontraído, falávamos sobre vários assuntos dentre eles política nacional, foi quando percebi que a bendita pensa ser comunista, porém no desenvolver da conversa, percebi algumas confusões semânticas nas afirmações ainda mais pelo fato de que ela é cristã e que os evangelhos em nenhum momento apresentam a ideologia comunista como dogma.

Tomemos por exemplo a Apóstolo Paulo que ao escrever a igreja em Tessalônica insta a todos a que trabalhem dia e noite para não ser pesado a ninguém sendo ele próprio um trabalhador que usava seu ofício de fabricante de tendas para ter autossuficiência.

A leitura de Atos 2:44 e versículos seguintes, nos dá a impressão que o cristianismo é na prática comunista pois a igreja passava por uma experiencia de comunhão de bens voluntária. Porém tal prática foi motivada unicamente por questões econômicas uma vez que os Cristãos passavam por sérias restrições devido a perseguição religiosa. Revelando-se em uma iniciativa pontual que não se consolidou em dogma.

Percebe-se uma forte inclinação do espectro ideológico da esquerda para o comunismo uma vez que pretende empoderar grupos com pouco ou nenhuma representação construindo uma narrativa de que a direita que pretende manter o poder entre pequenos grupos já consolidados.

Na vida em sociedade, ou melhor no grande contrato social sob o qual vivemos não deveria haver espaço para radicalismo em nenhum dos lados, o extremismo em ambos é nefasto. Pessoas tem direito de defender um estado mínimo no qual os indivíduos tem mais poder e esse Estado pequeno deve cuidar apenas do essencial, restringindo-se às necessidades mais absolutas das pessoas, tais como defesa nacional, a garantia de abastecimento de mantimentos e de energia elétrica, água, etc. Neste pensamento, o governo é o último recurso, acionado apenas quando as pessoas não podem fazer nada por si mesmas. Nesse caso estamos falando da direita.

Porém podem defender Estado grande pesado presente em todos os aspectos da vida social focando na coletividade, um Estado sem nenhum equivalente em poder, influenciando inclusive na a educação infantil, o regimento interno das empresas, a economia, as assistências sociais de qualquer natureza e, até mesmo, os limites da liberdade de culto. Nesse caso estamos falando da esquerda.

Indivíduos reagem diferente e estímulos iguais, mas também podem reagir igual a estímulos diferentes. Empoderamento sem reconhecimento gera atrito não se deve impor linha de produção.

Em um governo de esquerda inclinado ao comunismo é lícito pensar na coletividade, mas não é justo manter pessoas orbitando em torno de um satélite cuja força gravitacional são as bondades estatais.

Em síntese a direita concorda com programas sociais tais como bolsa família, auxilio gás dentre outros, mais defende veementemente a necessidade de portas de saíde desses programas quando verificado que já não existe vulnerabilidade social e nem insegurança alimentar.


Professor Hélvio Costa é jurista e professor universitário

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vipalermo

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