Baixada Fluminense
Entrevista

Marotto: “O grande desafio é a sustentabilidade financeira”

No aniversário de 26 anos de Mesquita, o prefeito da cidade faz balanço de menos de um ano de gestão e projeta expectativas.

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25 de setembro de 2025
Marotto: “O grande desafio é a sustentabilidade financeira”
O prefeito de Mesquita, Marotto Miranda. Crédito: Divulgação

A caçulinha da Baixada Fluminense está em festa. O município de Mesquita celebra nesta quinta-feira 26 anos de história em uma nova fase da já consolidada gestão municipal da família Miranda. Para celebrar esta data especial a equipe do Conexão Fluminense conversou com o prefeito da cidade, Marotto Mesquita, eleito em 2024 com mais de 75% dos votos. Confira abaixo a entrevista:

O que representa para o senhor a comemoração do aniversário de Mesquita?
A comemoração dos 26 anos de Mesquita é, antes de tudo, um momento de reflexão sobre o quanto a nossa cidade avançou nos últimos anos. Tive a oportunidade de acompanhar esse processo de perto, numa trajetória que começou em 2017 e foi até 2024, quando eu já ocupava o cargo de subsecretário executivo do Gabinete do Prefeito, ao lado do ex-prefeito Jorge Miranda. Mais do que celebrar conquistas administrativas, acho fundamental reconhecer a força da população mesquitense, formada por cidadãos que batalham todos os dias, que participam ativamente da vida da cidade e que são os verdadeiros protagonistas dessa transformação.

Quais avanços a cidade obteve nos últimos anos que o senhor destacaria como legado da sua gestão?
Este é o meu primeiro ano como prefeito, mas eu nunca estive distante das grandes transformações que moldaram o futuro de Mesquita. Desde 2017, acompanhei de perto a gestão de Jorge Miranda e seus avanços em áreas fundamentais, como Saúde e Educação. Um marco foi alcançar 100% de cobertura da Atenção Primária, quando a meta nacional é de 80%. Isso mostra que Mesquita foi além do esperado. Também reestruturamos toda a rede de ensino, garantindo escolas climatizadas, modernas e com novas unidades. O futuro será de continuidade, mantendo o foco em Saúde e Educação, mas também dando mais atenção à Assistência Social, ao Esporte e à Cultura.

Em termos de infraestrutura e serviços, quais melhorias foram implementadas nos últimos anos?
Foram inúmeros equipamentos públicos entregues desde 2017. Na Saúde, chegamos a 11 clínicas da família e estamos agora com duas policlínicas municipais que oferecem mais de 20 especialidades médicas, uma de cada lado da cidade, que é dividida pela linha do trem. Na Educação, além de escolas novas, investimos em modernização e climatização. Criamos também a Escola Municipal de Artes da Chatuba, o primeiro circo público da Baixada, que se tornou referência em cultura e esporte. A rede de saúde mental foi fortalecida, com novos espaços e serviços. Essas entregas consolidam uma Mesquita que não só cresce em números, mas que se prepara para atender melhor sua sociedade em todas as áreas.

Quais são hoje os maiores desafios da administração municipal?
O grande desafio é a sustentabilidade financeira. Diferente de cidades que recebem royalties, Mesquita conta quase exclusivamente com a arrecadação do IPTU quando falamos de recursos próprios. Isso significa fazer muito com pouco, mas sempre com planejamento e responsabilidade. Existe também uma contradição: quanto mais entregamos serviços de qualidade, maior é a demanda, inclusive de pessoas que não moram aqui, mas buscam atendimento. O que recebemos por cada consulta, exame ou matrícula não chega nem perto de cobrir o que precisamos investir para garantir a qualidade daquele serviço. Por isso, é fundamental contar com apoio do Estado, da União e de parlamentares, através de emendas, para que essa evolução não pare.

O que a prefeitura tem feito para enfrentar questões como segurança, saúde e geração de emprego?
Na Segurança, inauguramos o Centro de Controle Operacional, que funciona 24 horas por dia com câmeras, drones e sistemas de reconhecimento facial e de placas, integrando equipes e reduzindo o tempo de resposta a ocorrências. Na Saúde, o grande destaque é a rede de clínicas da família e nossas policlínicas, além da reestruturação da saúde mental. Para geração de emprego, temos o Balcão de Empregos, que conecta empresas a candidatos locais por meio de tecnologia. Outra iniciativa que impacta diretamente nesse ponto é o Cartão Alimentação Escolar, que garante comida na mesa dos estudantes e movimenta o comércio da cidade, fortalecendo a economia local. São R$ 70 em cada um dos 11 meses letivos do ano, que podem ser gastos em qualquer estabelecimento da rede credenciada, que envolve apenas o comércio de Mesquita. Além disso, as oficinas dos CRAS despertam talentos que podem estar escondidos nos usuários e os cursos do Espaço da Mulher Mesquitense oferecem formação e oportunidades para centenas de mulheres.

Que ações estão sendo desenvolvidas para os jovens em áreas como esporte, educação e capacitação profissional?
Temos iniciativas inovadoras, como o GameLab, que capacita jovens em programação de jogos digitais e no universo dos eSports. É um projeto que conecta educação, tecnologia e mercado de trabalho. No esporte, Mesquita mantém por volta de 15 modalidades de alto rendimento, com atletas representando a cidade em competições não só nacionais, mas também internacionais. E estamos prestes a inaugurar a Escola Municipal de Artes de Rocha Sobrinho, o Circo do Sebinho, que oferecerá oficinas de cultura e esporte em uma área antes marcada pela vulnerabilidade. Tudo isso amplia oportunidades e abre caminhos reais para o futuro da juventude mesquitense.

De que forma a prefeitura valoriza a cultura e a história local, especialmente no aniversário da cidade?
Desde 2017, a gestão municipal tem promovido o orgulho de ser mesquitense. Obras como a ciclovia que conecta Mesquita aos municípios vizinhos de Nova Iguaçu e Nilópolis mostram uma cidade integrada e acessível. O Circo da Chatuba e, em breve, o Circo do Sebinho, são símbolos de uma ressignificação. Valorizamos nossa cultura, investimos em esporte, educação e lazer. Essa soma de iniciativas fortalece a autoestima da população e cria um sentimento de pertencimento que cresce a cada ano. É esse espírito que marca os 26 anos da nossa cidade.

Como o governo municipal tem promovido a participação popular na construção das políticas públicas?
Um diferencial é o Colab, ferramenta que coloca o cidadão em contato direto com a gestão, permitindo registrar demandas, sugestões e acompanhar resultados em tempo real. Esse sistema eliminou a lógica de depender de intermediários ou favores políticos para acessar serviços públicos. Hoje, cada cidadão tem voz ativa e pode contribuir com o planejamento urbano e a qualidade de vida da cidade. Essa participação popular é parte essencial da forma como governamos.

Como o senhor imagina Mesquita daqui a 10 anos?
Daqui a dez anos, espero ver uma Mesquita que não retrocedeu em nenhuma conquista. Que continue na liderança da Atenção Primária, que tenha escolas ainda mais modernas e conectadas à tecnologia. Uma cidade com jovens transformados pelo esporte, pela cultura e pela inovação, e com adultos formados nesse ambiente de pertencimento e orgulho de ser mesquitense. Também imagino uma Mesquita ainda mais verde, com suas áreas de proteção ambiental preservadas, e uma economia fortalecida pela criatividade e pelo empreendedorismo local. O futuro que projetamos é de continuidade e evolução.

Qual mensagem o senhor gostaria de deixar aos moradores neste aniversário da cidade?
Quero agradecer a cada mesquitense pela confiança. Sei que essa confiança nasceu do trabalho realizado nos últimos oito anos pelo ex-prefeito Jorge Miranda, e é por isso que a minha missão é dar continuidade a esse padrão de gestão: responsável, planejado e próximo da sociedade. Como cidadão mesquitense, tenho orgulho de estar ao lado de vocês nessa caminhada. E neste aniversário, deixo uma mensagem simples, mas verdadeira, de parabéns. Nós vamos seguir juntos, cuidando do presente e construindo o futuro de Mesquita.

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