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Firjan: Norte Fluminense pode gerar energia equivalente a três usinas de Itaipu

São 38 projetos de geração de energia em quatro cidades da região, sendo que mais da metade está em operação, em obras ou licenciados.

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10 de agosto de 2022
Firjan: Norte Fluminense pode gerar energia equivalente a três usinas de Itaipu
A termelétrica GNA, no Porto do Açu, em São João da Barra. Crédito: Divulgação

O Norte Fluminense está a caminho de se transformar em uma das capitais de energia do país por conta dos projetos de usinas energéticas que mudarão o patamar da região. Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), são 38 projetos de geração de energia em apenas quatro cidades da região, sendo que mais da metade está em operação, em obras ou licenciados.

Os dados foram consolidados pela federação a partir de informações disponibilizadas por órgãos federais – Aneel e Ibama -, além de notícias de mercado divulgadas pelas empresas responsáveis.

Ao todo, são 19 termelétricas, nove usinas eólicas offshore e sete usinas solares, além de outras duas de hidrogênio e uma eólica. A capacidade de geração de energia – 49,22GW – é três vezes mais do que o que é produzido na hidrelétrica de Itaipu (14GW), a maior do Brasil e uma das maiores do mundo.

Do total de 38 projetos, quatro já estão em operação: a usina eólica de Gargaú, em São Francisco de Itabapoana; e as termelétricas Norte Fluminense I, também em São Francisco; a GNA I, em São João da Barra, e a Termomacaé, em Macaé.

São 16 projetos em obras ou licenciados. Dois deles têm previsão de começarem a operar dentro de cinco anos. Ou seja, até 2027 a região contaria com seis projetos em operação, gerando 5,31 GW, patamar que equivale a usina de Churchill Falls, a maior do Canadá e maior hidrelétrica subterrânea do mundo.

O gerente de projetos de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Thiago Valejo, ressalta que algumas previsões de conclusão podem sofrer alterações, mas o volume de empreendimentos demonstra que a região está no rumo correto da sustentabilidade energética.

“É preciso trabalhar pelo desenvolvimento de projetos de consumo de gás natural, e assim expandir os efeitos benéficos desse mercado para além dos royalties e da exploração e produção de petróleo. Com isso, poderemos atrair novas indústrias na área de petroquímica e fertilizantes, por exemplo, como evidenciado no estudo recente da Firjan SENAI, que revelou possibilidades de atração de R$ 65 bilhões para o estado em projetos de gás e petroquímica, além da geração de 180 mil postos de trabalho somente para escoamento e tratamento de gás”, destacou Valejo.

A geração de energia no Norte Fluminense

O município de São João da Barra, onde está localizado o Porto do Açu, concentra 18 projetos, sendo quatro termelétricas (uma em operação, uma em construção e duas já licenciadas); cinco usinas solares (quatro licenciadas e uma em estudo); sete eólicas offshore (todas em fase de licenciamento); e duas de hidrogênio, ambas em estudo. Dessas, a termelétrica GNA II tem previsão de começar a operar em 2025.

Em Macaé, são 14 empreendimentos, a grande maioria termelétricas (13), mas há também um projeto de eólica offshore. O número total inclui a Termomacaé, já em operação. A previsão é de que no ano que vem comece a funcionar a Marlim Azul. Os demais projetos estão em processo de licenciamento ou não possuem início previsto de operação.

Os municípios de Campos dos Goytacazes e São Francisco de Itabapoana contam com três empreendimentos cada. Em Campos são duas usinas solares já licenciadas e uma eólica offshore em processo de licenciamento; São Francisco conta com uma eólica e uma termelétrica já operando, mas há ainda uma outra termelétrica licenciada, com mais do que o dobro da capacidade atual.

“A reunião dessas informações é importante para demonstrar ao mercado de petróleo e gás e aos investidores em geral, as diversas oportunidades vigentes no Norte Fluminense. E é importante também para buscarmos cada vez mais, junto aos agentes públicos, as melhorias que a região tanto precisa para se desenvolver, e contribuir cada vez mais com a produtividade do país, do estado e dos municípios, diminuindo, também, a dependência dos royalties de petróleo”, destacou o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.