*Por Fábio Queiroz
Abastecer, gerar empregos e crescer. No processo de retomada da economia do Rio de Janeiro, o setor de supermercados desempenhou um papel fundamental, que foi além de sua função básica como provedor de gêneros alimentícios para a população.
Durante a pandemia, os supermercados conseguiram manter o equilíbrio evitando a escassez de produtos diante de um aumento desproporcional da demanda em função do isolamento social, e, ainda, se situaram como o setor que mais gerou empregos no biênio de 2020-21.
Em parceria com a consultoria Future Tank, a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) fez um estudo que mostrou que o setor foi responsável pela maior oferta de vagas neste período, totalizando 156.120 novos postos em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, os supermercados geraram 11.120 vagas, representando 40,6% do total de empregos criados no estado. Ou seja, no período de dois anos, para cada cinco novos postos de trabalho abertos em território fluminense, dois estavam no segmento.
Um grande impulsionador deste bom resultado foi um aplicativo criado pela ASSERJ para conectar empregadores com pessoas em busca de colocação no mercado. Em apenas seis meses de funcionamento, conseguimos empregar 4 mil pessoas nos supermercados do Rio de Janeiro. Uma boa parte veio do varejo, pessoas com experiência no comércio que, após perderem o trabalho durante a pandemia, conseguiram se recolocar nos supermercados.
Outro bom sinal foi a realização da 32ª Super Rio Expofood, uma das maiores feiras do setor alimentício da América Latina que marcou a retomada dos eventos de negócios no estado. Os números são grandiosos. Em apenas três dias de evento, geramos 8 mil empregos diretos e indiretos, e tivemos uma expectativa de volume de negócios de R$ 500 milhões. Na feira, realizada no Riocentro entre os dias 21 e 23 de março, passaram 56 mil pessoas, um recorde desde a sua última edição em 2019.
“No processo de retomada da economia do Rio de Janeiro, o setor de supermercados desempenhou um papel fundamental”
Fábio Queiroz, presidente da Asserj
Apesar do cenário de instabilidade econômica, estamos confiantes na força do segmento. A inflação e a guerra na Ucrânia – com impactos no preço das commodities, como trigo, milho e soja – nos obrigam a buscar novas formas de consumo. Uma das estratégias consiste em diversificar a oferta de produtos, com marcas próprias e mais baratas. Em outra pesquisa realizada pela ASSERJ, constatamos que 80% dos consumidores já optaram por marcas ou produtos mais em conta. Ter um sortimento maior garante a eficiência tanto do comércio quanto da indústria, além de respeitar o bolso do consumidor.
Além disso, buscamos estreitar as parcerias com os fornecedores, para conseguirmos as melhores negociações e, assim, economizar cada centavo, evitando ao máximo o repasse para o consumidor. O setor tem feito um grande esforço para minimizar os impactos da inflação, se reinventando para, na medida do possível, reduzir seus custos e onerar menos a população.
Setor supermercadista unido
O momento é de guerra e de inflação, mas nosso setor não tem medo. Nós não tivemos desabastecimento no Brasil inteiro durante a pandemia. Países como Itália, Inglaterra e Estados Unidos passaram por crises no abastecimento, e nós, não.
Meu conselho para os empresários, neste momento, é aprender a competir de forma colaborativa. Temos de ser concorrentes sempre na gôndola, isso é a essência do nosso negócio, isso beneficia a economia, o consumidor, e a qualidade dos serviços e produtos que entregamos. Mas não podemos tratar nosso concorrente como inimigo. Precisamos entender como atravessar este cenário e construir juntos a solução. Desta forma, vamos nos manter como o maior impulsionador da economia e do desenvolvimento no nosso estado, crescendo e gerando mais empregos.
*Fábio Queiroz é presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj)