Capital

Peças sacras furtadas nos anos 1990 retornam à Igreja do Carmo

Três peças sacras pertencentes ao acervo da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo foram restituídas à igreja do Carmo, na última terça-feira (27) pela Polícia Federal (PF) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os objetos estavam desaparecidos desde os anos 1990 e retornaram à igreja localizada na Rua Primeiro de Março, na região central da capital fluminense.

O Iphan identificou, em um leilão, as peças com características que indicavam ser bens tombados e determinou a retirada imediata das mesmas do evento. As obras sacras estavam catalogadas no rol de bens culturais procurados pelo órgão do patrimônio histórico. Todas as peças recuperadas e restituídas têm a gravação de termos em latim no seu escudo central.

Investigações sobre furto das peças sacras acontecem desde 2023

As investigações começaram em outubro de 2023. Naquele mês, a PF foi informada pelo Iphan e apreendeu as peças e encaminhou para análise pericial. O laudo da inspeção constatou que todas as obras sacras teriam sido produzidas na segunda metade do século XVIII.

Após parecer técnico do Iphan, laudo de perícia criminal federal e decisão judicial da 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a PF e o Iphan entregaram as obras apreendidas ao secretário-geral da Venerável e Arquiepiscopal Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, Monsenhor Armindo Fernandes Dinis.

Detalhes das peças

A parte superior de uma das peças é ornada pelo símbolo da Ordem dos Carmelitas. Nela consta o Monte Carmelo, uma Cruz de Cristo sobre o monte e três estrelas. Por cima da figura do Monte Carmelo há uma coroa encimada com uma cruz sobre um globo, e, ao lado do símbolo do Monte Carmelo, constam ornamentos florais.

Já a outra obra tem a parte superior ornada por um cordeiro deitado no Livro dos Sete Selos, segurando um estandarte afixado em uma cruz. No estandarte estão gravados os termos “Ecce Agnus Dei”. Essa é uma expressão em latim que significa “Eis o Cordeiro de Deus”. É uma frase litúrgica que acompanha a apresentação da hóstia consagrada aos fiéis e é muito utilizada pelos cristãos para falar de Jesus Cristo, especialmente após ter sido sacrificado na cruz.


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