Por Nelson Lopes
Pode sair do Senado o nome do vice-candidato na chapa encabeçada por Rodrigo Bacellar ao governo. Cresce em Brasília a aposta no senador Carlos Portinho para o posto. Portinho não teria espaço para se manter na Casa Alta do Congresso, caso Flávio Bolsonaro e o governador Cláudio Castro entrem mesmo na disputa. Mas, como Portinho é um quadro bem avaliado no PL, e tem a simpatia do presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, cumpre os requisitos para ser o indicado.
A saída seria honrosa para todas as partes, já que daria a Portinho o tamanho que merece, após ter herdado o mandato de Arolde de Oliveira, e deixaria o PL em uma situação confortável, indicando o vice, na chapa apoiada por Bolsonaro. Resta saber se Portinho aceitaria a vaga ou preferiria ser candidato a deputado federal. Valdemar já sinalizou que, caso esta seja a preferência dele, terá o maior investimento da nominata, graças ao trabalho apresentado.
Federação Solidariedade/PRD favorece Castro ao Senado
A federação entre o Solidariedade e o PRD, que será formalizada na semana que vem, em Brasília, fortalecerá os planos de Cláudio Castro de se lançar ao Senado no ano que vem. Somados, os dois partidos crescem na política fluminense: passam a representar seis deputados da Alerj e outros três na Câmara. É possível que o número de cadeiras na Alerj ainda suba para sete, na próxima janela eleitoral. Comandada no Rio pelo líder do Solidariedade na Câmara, o deputado Áureo Ribeiro, a federação deve seguir a tônica de apoio ao governo e tem em Castro o seu principal nome ao Senado no ano que vem, dando corpo à empreitada e compondo um palanque que deve ter apoio nas principais cidades do Rio de Janeiro.
Em âmbito nacional, a federação não acontece por acaso: os partidos tem buscado superar a cláusula de barreira. Tal medida prevê regras para acesso aos recursos do fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão, como a eleição de pelo menos 13 deputados federais ou a obtenção de, no mínimo, 2,5% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados.
Waguinho com os burros n’água
O presidente Lula não indicará Wagner dos Santos Carneiro, Waguinho, para presidir a PortosRio. Um dos principais cabos eleitorais do presidente na Baixada Fluminense, nas eleições de 2022, Waguinho não preenche os critérios da Lei das Estatais, que impõe normas rígidas para a nomeação de dirigentes, exigindo competência e idoneidade.
Casado com a deputada federal Daniela do Waguinho, ex-ministra do Turismo do governo Lula, Waguinho tem seu nome vinculado a dois escândalos investigados por diferentes frentes do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
O mais rumoroso deles envolve o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Belford Roxo (Previde), em que cerca de R$ 15 milhões teriam sido desviados por meio de pagamentos irregulares a centenas de beneficiários sem vínculo com o órgão. O esquema teria ocorri do durante sua gestão na prefeitura, com envolvimento direto de ex-diretoras do instituto nomeadas por ele. Waguinho também está no centro da mira da Operação Errata, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro de 2025.
Bets incomodam de Brasília ao RJ
Em meio à CPI das Bets, a vereadora e líder do Psol na Câmara do Rio Thais Ferreira enviou um ofício para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro solicitando adoção de medidas cabíveis contra práticas publicitárias e operacionais das plataformas de apostas online, conhecidas como bets. A ação tem explorado o imaginário juvenil e o vício em jogos de azar, agravando a precarização econômica de famílias vulneráveis.
No ofício está o pedido de análise da viabilidade de articulação com o Ministério Público Federal para tratar da regulação da atividade no âmbito nacional, dado o caráter transfronteiriço das plataformas envolvidas. A vereadora, que preside a Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente, ainda ressaltou que a atuação das bets como forma de exploração digital e financeira ‘atinge, de maneira mais severa, adolescentes, jovens negros, moradores de favelas, e mães solo que, diante do desespero econômico’, veem-se aliciadas por promessas ilusórias de enriquecimento rápido.
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