O Projeto Alimento de Axé, desenvolvido pelo Instituto Terreiro Sustentável, do Rio de Janeiro, foi um dos seis vencedores da terceira edição do Prêmio Pacto Contra a Fome, que reconhece projetos e organizações que atuam no combate à fome e na redução do desperdício de alimentos em todo o Brasil. A cerimônia foi realizada nesta terça-feira (4), no Teatro do SESI, na Avenida Paulista, em São Paulo.
O “Alimento de Axé” venceu na Categoria Redução e/ou Reversão do Desperdício de Alimentos. O projeto promove segurança alimentar e valorização cultural em comunidades tradicionais de matriz africana no Rio de Janeiro. Inspirado na cosmovisão dos terreiros, une solidariedade, espiritualidade e sustentabilidade por meio da distribuição de alimentos e oficinas sobre alimentação saudável e ancestral.
A cerimônia, realizada no Teatro do SESI, na Avenida Paulista, foi apresentada pelo ator Luis Miranda e reuniu lideranças do terceiro setor, gestores públicos e especialistas em segurança alimentar. O evento contou com o apoio institucional da Fiesp, por meio do programa Alimentar o Futuro, e cooperação de cinco agências das Nações Unidas — UNESCO, FAO, WFP, UNICEF e PNUMA —, além da coordenação técnica da ponteAponte.
Cada uma das seis iniciativas premiadas recebeu R$100 mil e o Troféu Pacto Contra a Fome, criado pelo artista Vik Muniz.
Iniciativas que ganharam o Prêmio Pacto Contra a Fome 2025
A seleção foi feita por um júri composto por especialistas de diferentes áreas, entre representantes do poder público, das Nações Unidas e da sociedade civil organizada. Na categoria Promoção da Segurança Alimentar e Nutricional, foram reconhecidos:
- Agentes Populares da Alimentação – Centro de Estudos Apolônio de Carvalho (São Paulo/SP)
- Sabores do Quilombo – Associação Mulheres Quilombolas em Ação Dandara dos Palmares (Salvador/BA)
- Gastronomia Periférica – Gastronomia Periférica (São Paulo/SP)
Já na categoria Redução e/ou Reversão do Desperdício de Alimentos, os vencedores foram:
- Ajeum – Instituto Cultural Bantu (Salvador/BA)
- Angu das Artes – Instituto Casa Amarela Social (Recife/PE)
- Projeto Alimento de Axé – Instituto Terreiro Sustentável (Rio de Janeiro/RJ)
Durante a cerimônia, o Instituto também apresentou o projeto “CEASA Desperdício Zero”, desenvolvido em cooperação técnica com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e a Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (ABRACEN), com apoio do SESC Mesa Brasil.
O material orientador do projeto oferece um modelo nacional para a implementação das melhores práticas em bancos de alimentos, com foco na redução das 340 mil toneladas de alimentos desperdiçadas anualmente — o equivalente a R$1,5 bilhão em perdas — e na ampliação da redistribuição para 102 mil toneladas, o que representa cerca de 700 mil refeições completas por dia.
Durante o evento, uma feira temática e o Desperdiçômetro ilustraram a urgência do tema, exibindo em tempo real o desperdício de 20 milhões de quilos de alimentos no país em apenas três horas.
Desde sua criação, em 2023, o Prêmio Pacto Contra a Fome já recebeu mais de 1.100 inscrições e premiou 18 iniciativas, distribuindo R$1,8 milhão em recursos.
“Mais do que reconhecer boas práticas, o Prêmio Pacto Contra a Fome é um convite à ação coletiva. Cada iniciativa mostra que é possível transformar realidades, conectar territórios e reduzir desigualdades por meio da alimentação”, destacou Geyze Diniz, cofundadora e presidente do Conselho do Instituto.
Com a terceira edição, o prêmio se consolida como uma das principais plataformas de incentivo à inovação social e ao fortalecimento de políticas públicas e comunitárias voltadas à segurança alimentar e sustentabilidade no Brasil.
Sobre o Pacto Contra a Fome
O Pacto Contra a Fome é uma coalizão suprapartidária e multissetorial que atua para erradicar a fome até 2030 e garantir alimentação adequada para todos os brasileiros até 2040. A iniciativa se baseia em três pilares: articulação, inteligência estratégica e incentivo.
“Temos convicção de que a meta é possível de ser cumprida se todos somarmos forças. Governos, setor empresarial, terceiro setor e sociedade civil são imprescindíveis nesta jornada”, concluiu Geyze Diniz.
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