O Estado do Rio de Janeiro registrou uma queda de 18% na Razão da Mortalidade Materna (RMM) entre os anos de 2023 e 2024. O índice caiu de 75,5 para 61,8 a cada 100 mil nascidos vivos. Em números absolutos, a queda foi de 24%, com 101 óbitos registrados em 2024, contra 133 no ano anterior. Os dados foram divulgados no XXXV Fórum Perinatal do Estado do Rio de Janeiro, realizado nesta segunda-feira (31) no auditório da Secretaria de Estado de Saúde.
O governador Cláudio Castro atribuiu a melhoria ao investimento na estruturação do sistema de saúde materno-infantil. “Reformamos maternidades, qualificamos equipes e adotamos as melhores práticas nas políticas públicas para atender às gestantes. Sabemos que temos que avançar, mas os dados comprovam o sucesso das medidas adotadas”, afirmou.
A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, ressaltou a implantação de uma linha de cuidados materno-infantil e o fortalecimento das áreas técnicas em todos os 92 municípios do Estado. Uma das iniciativas mais relevantes foi a distribuição de cálcio universal para todas as gestantes atendidas pelo SUS em 2024, um ano antes da incorporação da medida pelo Ministério da Saúde.
Entre outras medidas, destacam-se a qualificação do pré-natal e partos, capacitação de profissionais da atenção primária à saúde e a adoção de práticas humanizadas de assistência ao parto. Durante o evento, o coordenador da Área Técnica de Saúde das Mulheres da SES, Dr. Antonio Braga, destacou a importância do programa estadual “Acolhe”, que promove ações para prevenção da gravidez na adolescência e acesso a contraceptivos gratuitos.
O Fórum Perinatal também debateu os desafios e metas para os próximos anos, incluindo a reativação dos Comitês de Mortalidade Materna nos municípios e investimentos na modernização das maternidades estaduais. Um exemplo é a reforma das enfermarias de pós-parto do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, que recebeu adequações para humanização do atendimento.
A mortalidade materna é um indicador de qualidade da assistência à saúde e é monitorada pela Razão de Mortalidade Materna (RMM) e pelos números absolutos. Luciane Velasque, superintendente de Informações Estratégicas da SES-RJ, explica que, em cidades menores, mesmo poucos óbitos podem representar uma RMM elevada, tornando o índice uma ferramenta importante para comparação entre municípios.
Queda de 51,3% no número absoluto de óbitos
Desde o ano 2000, quando o Estado do Rio registrou 197 mortes maternas, houve uma redução de 51,3% no número absoluto de óbitos. As principais causas da mortalidade materna continuam sendo doenças do aparelho circulatório, hemorragias, doenças infecciosas e parasitárias, infecção puerperal, doenças respiratórias e hipertensão.
Os dados sobre mortalidade materna estão disponíveis no portal TabNet e nos sistemas de informação da Secretaria de Estado de Saúde.
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