Prefeitura de Petrópolis reconhece montanhismo como Patrimônio Cultural Imaterial

Petrópolis tem cerca de duas mil pessoas praticantes de montanhismo. Crédito: Carlos Perez Couto / Wikimedia Commons

O domingo, dia Mundial do Meio Ambiente, foi ainda mais especial para os praticantes de montanhismo da cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A prefeitura reconheceu o esporte como Patrimônio Cultural Imaterial de Petrópolis.

A iniciativa, formalizada por decreto assinado pelo governo municipal em cerimônia no Parque Natural Municipal Padre Quinha, na Avenida Ipiranga, no Centro, valoriza as atividades de subida e escalada de montanhas no município, tradição que remonta ao século XIX.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, destacou que a importância do cuidado do Meio Ambiente, palco do montanhismo, para que Petrópolis seja cada vez mais “viva, saudável e sustentável”. Bomtempo ressaltou que a data lembra uma resistência diante do enfraquecimento atual de conquistas ambientais do país nas últimas décadas. O prefeito citou como exemplo a ser seguido a existência do parque natural. “Que este parque possa se transformar num centro de referência para o estudo da Mata Atlântica”, defendeu.

No decreto que torna o montanhismo um patrimônio municipal, a Prefeitura de Petrópolis considera que “as montanhas são elementos importantes na caracterização da paisagem petropolitana e ocupam lugar de destaque na divulgação da imagem da cidade como destino de turismo”. O decreto 130/22 prevê que o Instituto Municipal de Cultura (IMC) terá que salvaguardar a memória da atividade, zelando por sua promoção como “patrimônio de enorme relevância para o município”.

Ao lado de secretários municipais e montanhistas, o prefeito Rubens Bomtempo plantou uma muda de ipê-rosa em ato simbólico pela preservação da Mata Atlântica. O secretário de Meio Ambiente do município de Petrópolis, Carlos Alberto Muniz, que também participou do plantio, não deixou de citar o exemplo de cuidado com o Meio Ambiente. Ele alerta que “várias conquistas estão sendo posts em risco” na área, incluída a proteção das populações indígenas e seus territórios.

O montanhismo petropolitano

A presidente do Centro Excursionista Petropolitano (CEP), Letícia Fliess, celebra a elevação do montanhismo à condição de patrimônio municipal como “uma consolidação e proteção de nossa prática, que respeita e preserva os sítios naturais”. Letícia assinalou que o município tem mais de 100 trilhas, para percursos a pé, e mais de 500 vias de escalada, que requerem preparo técnico e equipamentos.

A presidente do CEP estima que o montanhismo é praticado por duas mil pessoas em Petrópolis. Foi no município a primeira escalada com mais de mil metros no pais, em 1993, no Pico da Maria Comprida, em Araras. Letícia salientou que o montanhismo tem opções locais para todas as idades, condições físicas e preparo técnico, a começar pelo Pico do Castelo, no Morin, uma caminhada de 45 minutos.