Firjan aponta potencial econômico na recuperação de resíduos pós-consumo. (Foto: Paula Johas)
Mais de R$2,6 bilhões em resíduos pós-consumo estão sendo subutilizados no Estado do Rio de Janeiro e poderiam ser reinseridos em processos produtivos, segundo a terceira edição do Mapeamento dos Recicláveis Pós-Consumo, produzido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O estudo traça a trajetória dos resíduos recicláveis gerados e recebidos no estado, identificando gargalos e oportunidades para fortalecer a cadeia produtiva da reciclagem. Em 2023, foram registradas mais de 2,5 milhões de toneladas de resíduos potencialmente recicláveis depositadas em aterros sanitários — um volume que representa uma significativa oportunidade econômica e ambiental.
De acordo com a Firjan, caso esses materiais fossem reaproveitados como insumos, o investimento produtivo adicional na economia nacional poderia alcançar R$6 bilhões, além de gerar uma renda total estimada em R$11,6 bilhões e 40,6 mil novos empregos diretos e indiretos.
Para Claudia Guimarães, vice-presidente do Conselho Empresarial ESG da Firjan, o objetivo do mapeamento é oferecer informações estratégicas para empresários e formuladores de políticas públicas. “Apesar de ser o segundo maior mercado consumidor do Brasil, o Rio ainda enfrenta desafios na gestão de resíduos, com dados dispersos e falta de infraestrutura adequada”, afirmou.
Ela destaca que a atualização do estudo é um passo essencial para transformar o estado em um centro de reciclagem eficiente, promovendo o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade.
Com o incentivo a práticas de economia circular, o Rio de Janeiro pode se tornar referência nacional na recuperação de valor de resíduos, beneficiando simultaneamente a população e o meio ambiente.
Segundo Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da Firjan, o estudo identificou 357 empresas atuantes na cadeia de reciclagem, um aumento de 34% em relação à edição anterior. “Mais de um quarto dessas empresas apareceram pela primeira vez no radar, o que mostra o dinamismo do setor, que se reestrutura rapidamente para receber e processar recicláveis”, explica.
A partir do levantamento, a Firjan apresenta 12 propostas de ação voltadas à estruturação de incentivos, formalização dos agentes da cadeia produtiva e criação de políticas que tornem as atividades de reciclagem mais competitivas no Estado.
O estudo também aponta avanços e desafios: enquanto a separação de resíduos por empresas alcançou 37,7% — impulsionada por práticas ESG —, a coleta seletiva urbana ainda representa apenas 1,5% do total. Além disso, o volume de resíduos não coletados ou destinados a lixões foi 2,5 vezes maior que o recuperado pela coleta seletiva.
Os dados completos estão disponíveis nos dashboards do Observatório Firjan, que permitem a visualização dos resíduos por tipo e localização geográfica, além do mapa dos atores da cadeia produtiva da reciclagem.
A publicação também destaca o papel de empresas fluminenses que atuam no setor, como a Guapi Papéis, de Guapimirim, uma das principais produtoras de papéis reciclados de alta performance do país.
O Mapeamento dos Recicláveis Pós-Consumo integra a agenda Propostas Firjan para um Brasil 4.0, que reconhece a gestão de resíduos como fator estratégico para a competitividade e sustentabilidade do Estado do Rio de Janeiro.
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