Por Nelson Lopes
Foi movimentada a ida do governador Cláudio Castro a Brasília, nesta semana. Em encontros com a alta cúpula da política nacional, que incluíram ministros do STF e o presidente Lula, Castro contou com uma agenda reservada com o presidente da Câmara, Arthur Lira, no Congresso. Ao lado do líder do PP na Casa, Dr. Luizinho, Castro visitou o plenário da Câmara e seguiu para um café a portas fechadas. No encontro, ele pediu celeridade na votação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados, o Propag.
O texto, criado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, busca revisar os termos das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União e já teve a sua urgência aprovada na Câmara, apesar de ainda não ter tido o mérito analisado pelos parlamentares. O Projeto autoriza desconto nos juros, dá prazo de 30 anos para pagamento da dívida a ser feito em 360 parcelas e abre a possibilidade de os estados transferirem ativos para a União como parte do pagamento. Além disso, cria exigências de investimento em educação, formação profissional, saneamento, habitação, enfrentamento das mudanças climáticas, transporte e segurança pública.
De frente com Moraes
Castro também foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde acompanhou o início do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, que estipula regras sobre ações policiais no Rio de Janeiro. Ele destacou a importância de se avançar nessa discussão para garantir e reforçar a presença das forças policiais nas comunidades, protegendo todos os cidadãos.
Castro reiterou que o governo cumpriu rigorosamente as determinações impostas no âmbito da ADPF, além de ter aperfeiçoado protocolos das Forças de Segurança. No entanto, pontuou que a limitação das operações policiais para casos excepcionais inviabiliza a atuação da polícia nas comunidades, o que favoreceu a expansão territorial do crime organizado e ressaltou os investimentos de mais de R$ 4 bilhões em segurança pública durante a sua gestão, que permitiram a modernização das polícias e a implementação de mais de 13 mil câmeras corporais, por exemplo.
Será, Bené?
O tabuleiro político de 2026 pode ganhar mais uma peça considerada fundamental. A deputada Benedita da Silva, do PT, surge como nome favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer ao Senado pelo Rio. Ex-governadora e petista histórica, ela conta com a confiança do presidente e reúne predicados suficientes para se cacifar ao posto: mulher negra e evangélica, ela é vista como um nome crível para uma eleição de duas vagas à Casa Alta do Congresso, como a de 2026.
Por ser evangélica, Benedita ainda poderia reforçar o palanque de Eduardo Paes ao governo, quando o hoje prefeito do Rio precisará reunir forças no segmento religioso, um dos principais filões do bolsonarismo. Já se sabe, por exemplo, que Flávio Bolsonaro tentará a reeleição para o Senado, enquanto Cláudio Castro tentará fazer um sucessor no governo do Rio. Benedita já ouviu de Lula que a decisão só depende dela e se mostrou disposta a encarar o desafio. Em 2026, ela terá 84 anos.
Será que ele topa?
Bolsonaristas já iniciaram um movimento para ter Flávio Bolsonaro como candidato à presidência em 2026, caso Jair Bolsonaro siga inelegível, é óbvio. Neste quebra-cabeça, caso Flávio vá para o Planalto, Carlos Bolsonaro, o vereador mais votado do Rio, pega a vaga para o Senado.
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