Por Nelson Lopes
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, avisou ao líder do PL na Câmara, o deputado fluminense Sóstenes Cavalcante, que não irá tolerar novas manifestações com cartazes, como as vistas na quarta-feira, quando deputados federais de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva levaram cartazes em protesto contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no plenário da Casa. A ação desrespeita uma regra imposta pelo próprio Motta. O protesto de parlamentares aconteceu após um bate-boca entre parlamentares e o ministro durante a audiência.
Em fevereiro, Motta editou um ato que determinou a proibição de cartazes, banners e panfletos no plenário da Câmara após tumulto entre parlamentares da oposição e da base do governo. Na época, deputados entraram em embate sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ambos os lados utilizaram cartazes.
Pedro Paulo com a faca e o queijo na mão
Acostumado a relatar grandes projetos em Brasília, o deputado federal Pedro Paulo tem em mãos o desafio de apresentar o relatório da reforma administrativa até o começo de julho. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, neste domingo. Conhecido pelo rigor em seus relatórios, Pedro Paulo tem, talvez, o seu maior desafio desde o início da sua vida política em Brasília, por conduzir este projeto histórico. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deixou claro que aposta em Pedro Paulo para “azeitar” o texto em parceria com os senadores.
“O Pedro Paulo tem o desafio e a oportunidade de fazer um projeto estruturante como este, até julho, em conjunto com deputados e senadores. É algo histórico”, disse o presidente do Congresso, durante o anúncio dos prazos, neste domingo, depois da reunião entre líderes do Congresso e a equipe econômica do governo para tratar de alternativas à alta do IOF. É bom lembrar que a reforma é a principal bandeira da gestão de Motta à frente da Câmara. Segundo ele, o objetivo da proposta é criar “uma máquina pública mais enxuta, mais eficiente, com menor custo, e que possa entregar serviços públicos de qualidade à nossa população”.
Os supersalários no caminho
A grande pressão sobre o deputado do Rio é em relação aos chamados supersalários, de categorias que extrapolam o teto de ganhos instituído pela Constituição. Entidades diversas têm tentado manter seus vencimentos e, por isso, o trabalho de Pedro Paulo ganha ainda mais relevância.
A boa avaliação de Flávio Bolsonaro
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro avaliam que ele acertou ao relatar em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que tratou com auxiliares a possibilidade de adotar instrumentos como o Estado de Sítio ou a chamada Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Segundo o ex-presidente, as medidas foram descartadas e não havia “clima”, “oportunidade” e “base minimamente sólida para qualquer coisa”, em uma alusão à uma tentativa de golpe no país. Ao testemunhar no caso, os ex-chefes do Exército e da Aeronáutica descreveram esses debates como de teor golpista, o que Bolsonaro negou. Para os aliados, Bolsonaro erraria ao negar as evidências dos diálogos.
Filho mais velho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) argumenta que o ex-presidente passou verdade ao não negar o diálogo com os auxiliares para adotar o Estado de Sítio.
“Ficou claro que ele não tem qualquer culpa e que o golpe nunca foi discutido. Esse debate se encerrou quando foram vistos os limites da legalidade. A avaliação do depoimento é muito boa, já que Bolsonaro mostrou não ter qualquer questão pessoal com Moraes e admitiu até que ponto conduziu os diálogos”, diz o senador.
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