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Esperança por transparência. Com neblina no caminho, Vasco se aproxima de capítulo decisivo

Esperança. Esse termo abriga a mente da imensa torcida do Vasco da Gama e ultrapassa os limites das quatro linhas. Não há mínima dúvida que tudo gira em torno do sentimento, que não para, de voltar logo para a elite do Campeonato Brasileiro. Passa pelo sucesso do ídolo Alex Teixeira e pelo retorno esportivo do craque Andrey Santos. Mas a esperança também é palavra presente em algo muito maior. e acompanha outra palavra-chave: transparência. Um Vasco mais transparente no futuro.

Em tempos turbulentos de eleições judicializadas com decisões questionadas por especialistas em direito esportivo, o clube vive a expectativa da assinatura de contrato para venda de sua Sociedade Anônima de Futebol (SAF) para a empresa norte-americana 777 Partners. Para uns a esperança, de olhos fechados, de ver o clube nadando em dinheiro. Para outros, a esperança, de olhos bem abertos, de um processo mais aberto e transparente.

A semana cheia de treinos em São Januário foi de uma espécie de guerra de liminares acerca da realização da Assembleia Geral Extraordinária do próximo domingo, dia 7 de agosto, quando será decidida a venda da SAF. A principal reclamação do movimento de sócios Caravela Cruzmaltina é o fato dos votantes da AGE não terem acesso aos contratos firmados com a empresa norte-americana. Afinal, quem assina um contrato sem ler?

“É lamentável que o sócio vascaíno seja obrigado a votar nesta AGE sem ter acesso ao contrato. Como ter tranquilidade para tomar uma decisão tão importante, tão difícil, uma decisão sem volta, um caminho irreparável, sem estar seguro, sem estar com pé no chão, sem estar convicto do que é realmente melhor para o clube, haja vista que o clube ocultou o contrato dos sócios”, explica Oswaldo Valente, sócio-proprietário do Vasco, membro do Grupo Caravela Cruzmaltina.

“É lamentável que o sócio vascaíno seja obrigado a votar nesta AGE sem ter acesso ao contrato.

Oswaldo Valente, sócio-proprietário do Vasco

Valente ressalta ainda que o grupo entende que possam haver cláusulas confidenciais no contrato do Vasco com a 777 Partners, mas lembra que alguns itens poderiam ser divulgados no intuito de aumentar a transparência da negociação.

Há diversos exemplos no Brasil e no mundo de SAF que deram certo, que colocaram os clubes no trilho, mas a transparência é necessária neste momento tão importante para a instituição vascaína. Tal palavra não é, no entanto, muito presente no modus operandi histórico de diversas diretorias que passaram pelo clube.

O último fato que mostra na prática a falta de transparência que paira no clube é a presença do nome de sócios mortos na lista de votantes na Assembleia Geral Extraordinária de abril, quando foi aprovada a negociação com a 777 Partners. “O que garante que não teremos mortos votando nesta AGE de 7 de agosto. Ser tiveram mortos que votaram em 30 de abril, o que garante que não teremos agora. Os sócios mortos que votaram continuam aptos”.

Valente conta ainda que foram detectadas outras questões relacionadas à lista de votantes, como matrículas duplicadas, sócios inadimplentes aptos a votos, pessoas associadas a menos de um ano aptas a votar. Ele alega ainda que o clube excluiu da lista mais de 4 mil sócios remidos da lista dos aptos a votarem, pois, esses sócios não se cadastraram no último recadastro em 2018. Ele volta a questionar a presença dos mortos

“O clube retira pessoas vivas pois não se recadastraram, mas não retira pessoas que não se recadastraram pois já estão mortas”

O grupo entrou na Justiça com pedido de perícia na lista de votantes da AGE de domingo, mas até o fechamento desta edição não havia saído nenhuma decisão a favor. A Justiça continua com decisões questionadas por especialistas em direito esportivo e a realização da AGE que definirá o futuro do Vasco da Gama poderá ser realizada mais uma vez com muita mancha, o que dificulta a transparência.

Alerj a favor da transparência no Vasco

No início do mês passado, a Comissão de Direitos do Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), ajuizou ação solicitando que o Vasco fosse obrigado a abrir os contratos com a 777 Partners. Além disso pediu que fosse suspenso o rito interno de aprovação da SAF. O pedido foi acatado liminarmente, mas o clube conseguiu revogar a decisão. A comissão da Alerj recorreu na segunda instância, mas no último movimento, de quarta-feira, a desembargadora abriu prazo para que o Vasco se manifestasse.

Até o fechamento desta edição o Vasco da Gama não retornou os questionamentos feitos pela reportagem acerca das denúncias feitas pelo grupo de sócios.

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