O verão provoca o aumento das temperaturas em todo o Brasil. A mudança coloca em pauta uma questão vital para a saúde pública: a perigosa conexão entre o calor extremo e o risco de infarto.
O cardiologista Antonio Babo, que atua no Hospital Municipal Evandro Freire, na capital fluminense, explica que o calor intenso representa mais do que incômodo. Segundo ele, a temperatura elevada é uma ameaça significativa à saúde cardiovascular, especialmente para grupos de risco.
Babo esclarece que corpo humano possui mecanismos naturais para regular a temperatura, como o suor e a dilatação dos vasos sanguíneos. No entanto, em condições de calor extremo, esses mecanismos podem se tornar ineficazes.
De acordo com o médico, o calor excessivo intensifica a perda de líquidos e eletrólitos, o que provoca desidratação e sobrecarrega o coração. “A vasodilatação causada pelo calor pode levar a quedas na pressão arterial, obrigando o coração a trabalhar mais para manter a circulação adequada”, detalha.
Outro agravante é o aumento da viscosidade do sangue devido à desidratação. Isso facilita a formação de coágulos e eleva o risco de eventos cardiovasculares graves, como o infarto do miocárdio.
O especialista reforça que alguns grupos são particularmente suscetíveis aos impactos do calor no sistema cardiovascular:
Estudos reforçam a gravidade do problema. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental, cerca de um quarto das mortes relacionadas ao calor estão associadas a doenças cardiovasculares.
Além disso, uma pesquisa publicada na revista Circulation, em 2020, analisou taxas de mortalidade cardiovascular ao longo de sete anos no Kuwait. No local, as temperaturas frequentemente superam os 40°C durante o dia.
A mostra revelou uma correlação direta entre o aumento das temperaturas e a mortalidade cardiovascular. Segundo a publicação, a maioria das mortes ocorreu entre 35°C e 42°C, temperaturas comuns em diversas regiões do Brasil.
Para prevenir essas complicações, o médico recomenda medidas simples e eficazes:
“Redobrar os cuidados com a saúde no verão é essencial, principalmente para aqueles que já possuem fatores de risco, e pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença na prevenção de infartos e outras complicações”, finaliza o médico.
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