Capital Político
Capital Político
Coluna

Vice-governador Thiago Pampolha pode ser indicado para vaga no TCE

A coluna Capital Político desta semana destaca o cenário que pode alterar bastante o xadrez político do estado do Rio de Janeiro.

Compartilhe:
06 de fevereiro de 2025
Vice-governador Thiago Pampolha pode ser indicado para vaga no TCE
O vice-governador Thiago Pampolha

A Alerj iniciou o ano com uma articulação política muito forte nos bastidores para indicar o vice-governador Thiago Pampolha para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Assim ele abriria mão de disputar o Governo do Estado nas eleições do ano que vem. Isso daria uma boa mexida no tabuleiro político, já que o governador Cláudio Castro, que não pode disputar a reeleição, quer deixar o cargo em abril, seis meses antes da eleição de outubro, para disputar uma vaga no Senado.


Mandato tampão

A saída de Thiago Pampolha do cargo de vice-governador ainda este ano para assumir vaga no TCE e a renúncia do governador Cláudio Castro em abril, há seis meses da eleição, abriria o caminho para que o presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (União), assuma o governo por noves meses. Bacellar é o terceiro na linha sucessória e, nesse caso, comandaria o Estado até a posse do novo governador eleito.


Rodrigo Bacellar governador

As articulações na Alerj esbarram, no entanto, nas pretensões de Rodrigo Bacellar. Segundo fontes da Casa, ele também está de olho na vaga que será aberta no TCE e ainda planeja disputar as eleições do ano que vem para governador. O primeiro passo ele já deu: foi reeleito presidente da Alerj para mais dois anos de mandato e garantiu sua posição de terceiro sucessor no estado. Resta saber se ele estaria interessado em governar o estado apenas por um mandato tampão, ou se vai remar contra a maré para disputar a eleição do ano que vem para um mandato de quatro anos.


Prestígio

A reeleição por unanimidade para presidente da Alerj, coisa difícil de acontecer, e a presença de muitos prefeitos do Interior do Estado, mostraram a força política de Rodrigo Bacellar.


Caras novas

A Alerj retomou os trabalhos legislativos com seis novos parlamentares, que assumiram as vagas de deputados que foram eleitos prefeitos e que deixaram a Casa para assumir cargos no Executivo. São eles: Sérgio Fernandes (PSD), Marcelo Dino (União), Alexandre Knoploch (PSC), Delegado Carlos Augusto (PL), Lilian Behring (PcdoB) e Sarah Pôncio (Pros).


Pacificação

O presidente eleito do Senado, Davi Alcolumbre, disse que o Brasil precisa de união e pacificação, pois o povo quer crescer, empreender e viver com dignidade. Em seu discurso na sessão solene de abertura do ano legislativo, Davi também pregou a harmonia entre os três Poderes, defendeu a importância do diálogo e prometeu trabalhar em favor dos interesses da Nação.


Povo de saco cheio com Lula

Por esta, nem os mais pessimistas dos petistas esperavam. Após a pesquisa Quaest divulgar que a reprovação do governo Lula chegou a 49%, um novo baque atingiu em cheio o Planalto. Um levantamento feito pelo PoderData (que pertence ao site jornalístico Poder360) divulgou que 51% dos brasileiros reprovam o governo de Lula (PT). A desaprovação segundo o site já vinha caindo desde maio de 2024, que havia registrado a pior marca até então, de 47%.


Reprovado no Nordeste

A situação do Governo Lula fica ainda mais grave quando se trata da desaprovação no Nordeste, considerado reduto do governo petista. Os que desaprovam o governo passaram de 35% para 43%, subindo 8 pontos percentuais desde a posse. A aprovação dos nordestinos agora atinge 42%, dez pontos a menos desde a posse do presidente, em janeiro de 2023. Para se ter noção da gravidade do derretimento da popularidade de Lula, até entre os petistas sua desaprovação aumenta. Os lulistas insatisfeitos saltaram de 10% em janeiro de 2023 para 23% em janeiro deste ano, e a aprovação caiu de 87% para 73%, (14 pontos), no mesmo período.


Preços dos alimentos nas alturas

O levantamento do PoderData também mostra que 84% dos brasileiros estão pessimistas em relação aos preços e das contas do país. Destes, 51% dos entrevistados estão esperando que os preços aumentem ainda mais nas próximas semanas e apenas 9% dos entrevistados acreditam que os preços cairão no período. Para os entrevistados (foram feitas 2.500 entrevistas por ligações telefônicas, celular ou fixo, de 25 a 27 de janeiro) o governo mostra incapacidade para contornar a inflação.


Covardia com o trabalhador

A partir deste mês, o presidente Lula, os 11 ministros do STF e integrantes do Congresso terão 5,36% de aumento em seus salários. Que parece um absurdo diante do 7,51% do aumento do salário-mínimo. Só que o vencimento do trabalhador passou de R$ 1.414 para R$ 1.518 este ano. Já os salários dos distintos políticos e judiciários foi de R$ 44.009 para R$ 46,3 mil. Um aumento de R$ 2.291, o que equivale a um salário-mínimo e meio. Só para conhecimento: nenhum servidor pode ganhar mais que o presidente da República, deputados, senadores e ministros do STF. Só que isso refere-se somente aos salários, não inclui gratificações, auxílios-moradia entre outros benefícios.


Será que agora o bicho vai pegar?

De volta ao trabalho e tendo como prioridade a eleição da nova presidência, o Senado recebeu nos últimos dias 7 novos pedidos de impeachment contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que deverão ser analisados pelo novo ocupante da cadeira de presidente do Senado. Dos 7 pedidos, seis são contra o ministro Alexandre de Moraes, 5 feitos por cidadãos e um pelo deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), que alega suposta irregularidade no processo instaurado após o ministro afirmar ter sido agredido por uma família de brasileiros no aeroporto de Roma, em 2023. O outro pedido teve como alvo Dias Toffoli.


Quer receber esta e outras notícias diretamente no seu Whatsapp? Entre no nosso canal. Clique aqui.

A coluna Capital Político é escrita por Sidnei Domingues, jornalista, advogado e apresentador de TV e Sérgio Braga, jornalista e colunista político.

/* */