Sul Fluminense
Preservação

Memorial Nove de Novembro pode ser tombado

Memorial Nove de Novembro, em Volta Redonda, homenageia operários falecidos durante uma greve na CSN. Deve haver nova análise.

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16 de agosto de 2023
Memorial Nove de Novembro pode ser tombado
Memorial Nove de Novembro é homenagem a trabalhadores da CSN

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro que inicie um novo procedimento de tombamento do Memorial Nove de Novembro, em Volta Redonda, no Sul Fluminense.

O monumento, concebido por Oscar Niemeyer, foi erguido em memória a três operários que perderam a vida em um conflito com as forças militares durante uma greve na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1988. Os operários falecidos são William Fernandes Leite, Valmir Freitas Monteiro e Carlos Augusto Barroso.

A recomendação do MPF é assinada pelo procurador da República Jairo da Silva, que se baseou na conclusão de um laudo técnico elaborado por uma perita em arquitetura da Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise do MPF, em maio de 2023.

Memorial Nove de Novembro além da história

O documento destaca que o Memorial Nove de Novembro tem relevância histórica, social e artística, representando não apenas um evento específico, mas um período significativo na história nacional. Assim, o tombamento é considerado uma medida essencial para preservar esse monumento.

O Iphan, conforme a recomendação, deve conduzir uma vistoria para caracterizar o estado de conservação e preservação do memorial, apresentando suas conclusões ao MPF em até 90 dias. Além disso, dentro desse mesmo prazo, o Iphan deve elaborar um parecer técnico detalhado que analise a proposta de tombamento.

Atentado a bomba

O Memorial Nove de Novembro enfrentou um atentado a bomba logo após sua inauguração em 1º de maio de 1989. Após o incidente, o arquiteto Oscar Niemeyer solicitou que a obra fosse reerguida de forma simbólica, mantendo as marcas do atentado.

A perita responsável pelo laudo destaca a singularidade do monumento, que perpetua não apenas o momento do atentado aos operários, mas também o próprio arquiteto, sendo um testemunho visual de dois acontecimentos distintos em datas diferentes.