Não conheço a autoria desta narrativa. Recordo-me apenas da história ouvida na minha infância sobre uma criança que recebe um doce de seu padrinho. No entanto, o doce é muito duro e a criança solicita ao sol, que é muito forte, para derretê-lo. O sol responde: “Não posso, pois mais forte do que eu, é a nuvem que me cobre.”
O garoto então questiona a nuvem: “Nuvem, você é tão poderosa que consegue cobrir o sol. Poderia derreter o doce que meu padrinho me deu?” A nuvem responde: “Não, mas forte é o vento que me sopra”.
Decidido agora pede ao vento que sopra a nuvem, que derreta o doce que seu padrinho lhe dera.
O Vento responde que mais forte é a parede que lhe para, a parede responde que mais forte é o rato que lhe rói a sua base, o rato diz que mais forte é o gato o gato diz que é o cachorro e o cachorro lembra do forte homem e o homem sensato lembre de Deus.
Sim mais forte que o Supremo é Deus que não precisa mover nem mesmo um fio de cabelo para mudar o rumo da história, basta o passar do tempo.
O tempo opera a justiça do de Deus pois passa tanto para o justo quanto para o ímpio, daí podemos concluir que não existe mal que dure para sempre.
Fomos chamados de “213 milhões de pequenos tiranos soberanos” e ouvimos a afirmativa de que “soberano é o direito brasileiro”. Essa afirmativa vai contra tudo aquilo que esta defeso em nossa constituição. O direito não é soberano, soberano é o povo que por seus indivíduos de forma democrática escolhem seus governantes de acordo com suas ideologias também defesas na mesma constituição.
Os tiranos, soberbos passam e não deixam saudade, mas o paradoxo está ai, eles sabem que hão de passar e mesmo assim insistem em oprimir, quando na verdade deveriam trazer a justiça dizer o direito do fraco. Uma geração perversa vai, todos passam.
O que faz lembrar a letra da canção Roda de Gilberto Gil e João Augusto: …Se morre o rico e o pobre, enterre o rico e eu, quero ver quem que separa o pó do rico do meu. Se lá embaixo há igualdade, aqui em cima há de haver, quem quer ser mais do que é um dia há de sofrer.
Parafraseando a letra poderia dizer, se morre um tirano e alguém do povo enterrem os dois e quero ver quem separa depois.
De fato, Deus é mais poderoso, pois dá vida ao indivíduo é o individuo faz com a vida o que bem quer se para o bem o para o mal, a escolha é de cada um. Porém se livremente escolher criticar, questionar, duvidar das instituições e poderes da república for ser tirano, sim eu sou tirano.
Professor Hélvio Costa é jurista e professor universitário
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