Por Juedir Teixeira*
Nos últimos anos, as siglas ESG, que se refere aos critérios ambientais, sociais e de governança (Environmental, Social, and Governance) têm se tornado uma das principais pautas no mundo corporativo. Essas três áreas abordam, respectivamente, questões ambientais, sociais e de governança, e são fundamentais para determinar a sustentabilidade e responsabilidade das empresas nos contextos econômico, social e ambiental. Para as empresas varejistas, em especial, ações de ESG podem fornecer significativos benefícios competitivos, alinhando crescimento econômico com valores éticos e sustentáveis, principalmente com relação as novas gerações (Y, Z e Alfa), que tem a prevalência de comprar de empresas comprometidas com as ações ESG.
1. Contexto Atual e Significado de ESG
A conscientização e preocupação com questões ambientais e sociais são cada vez mais evidentes na sociedade moderna. Movidos por consumidores mais informados e engajados, investidores atentos e regulamentações governamentais mais rigorosas, as empresas enfrentam uma crescente pressão para adotar práticas responsáveis e transparências.
O conceito de ESG transcende o mero cumprimento de leis e regulamentações. Ele implica a adoção de estratégias que contribuam positivamente para o meio ambiente, promovam bem-estar social e garantam uma governança corporativa justa e ética. Para o varejo, que lida diretamente com um vasto público e uma complexa cadeia de suprimentos, essas práticas não só melhoram a imagem da marca, mas também promovem eficiência operacional e inovação.
2. Benefícios das Ações de ESG no Varejo
2.1. Vantagens Competitivas
Empresas que adotam práticas de ESG tendem a atrair consumidores que privilegiam marcas sustentáveis e éticas. Pesquisas indicam que consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos de empresas que alinham suas operações com valores sustentáveis. Além disso, práticas de ESG podem atrair talentos, especialmente entre as gerações mais jovens que valorizam a sustentabilidade e a responsabilidade social.
2.2. Redução de Riscos
A implementação de estratégias de ESG também é uma forma eficaz de gestão de risco. Empresas com práticas ambientais sólidas tendem a sofrer menos com riscos relacionados a mudanças climáticas e escassez de recursos naturais. Práticas sociais robustas podem melhorar a moral e lealdade dos funcionários, reduzindo a rotatividade e os custos de recrutamento. Uma boa governança protege contra fraudes e escândalos corporativos, promovendo a transparência e a confiança dos investidores.
2.3. Eficiência e Inovação
A adoção de práticas sustentáveis pode resultar em significativas economias de custo. Iniciativas como a otimização do uso de energia, gestão eficiente de resíduos e utilização de materiais reciclados não só beneficiam o meio ambiente, mas também reduzem custos operacionais. Além disso, as práticas de ESG incentivam a inovação, levando ao desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços sustentáveis que atendem às novas demandas do mercado.
2.4. Acesso a Capital
Investidores institucionais estão cada vez mais focados em investir em empresas com altos padrões de ESG. Esses investidores consideram que tais empresas são mais resilientes e mais bem posicionadas para enfrentar desafios futuros. Consequentemente, varejistas com fortes práticas de ESG podem ter acesso mais fácil a fontes de financiamento e condições mais favoráveis.
3. Desafios na Implementação de Ações de ESG
Embora os benefícios sejam claros, a implementação de práticas de ESG não está isenta de desafios. Um dos principais obstáculos é a transformação cultural necessária dentro da empresa. É fundamental que todos os níveis hierárquicos estejam alinhados com os objetivos de ESG, desde a alta administração até os funcionários da linha de frente. Para tal, o papel do CEO disseminando os valores da empresa para sustentar a cultura organizacional é de fundamental importância.
Outro desafio é a medição e relatório de desempenho de ESG. Muitas vezes, a falta de padrões consistentes e comparáveis dificulta a avaliação do impacto real das ações de ESG. As empresas varejistas precisam desenvolver métodos robustos e transparentes para relatar suas práticas e resultados de ESG, mediante a criação de indicadores de performance que possam, através dos quais, acompanhar e avaliar o desempenho das ações de ESG.
4. Exemplos de Práticas de ESG no Varejo
4.1. Ambiental
Empresas como o Walmart, maior varejista do mundo, têm intensificado seus esforços para reduzir sua pegada de carbono, investindo em energia renovável e melhorando a eficiência energética em suas lojas. Outras varejistas, como a IKEA, uma empresa multinacional sueca que produz e vende móveis, decoração, eletrodomésticos, utensílios, acessórios para o lar e alimentos. têm se comprometido com o uso de materiais sustentáveis e a reciclagem de produtos antigos dos clientes, praticando de forma efetiva a economia circular.
4.2. Social
Muitas empresas varejistas têm iniciativas que promovem a diversidade e a inclusão no local de trabalho. O Magazine Luiza, tem feito um esforço gigantesco para promover a diversidade, fazendo concurso específico para negros, dentre outras ações. A Starbucks, por exemplo, tem programas de contratação que visam integrar veteranos e refugiados. Além disso, empresas estão desenvolvendo cadeias de suprimento mais justas, garantindo que os fornecedores respeitem padrões sociais e trabalhistas.
4.3. Governança
Melhorar a transparência e a ética é fundamental. Empresas como a Unilever têm liderado esforços para promover práticas de governança corporativa, com relatórios detalhados sobre suas práticas ESG e um compromisso claro com a ética e a responsabilidade. Em palestra na ACRJ no mês de setembro de 2024, Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, na qual tive a honra de entrevista-la, disse duas frase que me chamou a atenção: quando perguntada sobre governança ela respondeu “governança é simplesmente cumprir o que foi acordado” e sobre se ética era um princípio da sua empresa, ela respondeu “ética não é um princípio é uma obrigação.
5. Conclusão
As ações de ESG são essenciais para empresas varejistas que desejam não apenas sobreviver em um mercado competitivo, mas também prosperar e contribuir para um futuro mais sustentável e justo. Ao adotarem práticas de ESG, as empresas podem melhorar sua imagem, reduzir riscos, promover a inovação e acessar novas fontes de capital. Embora a implementação possa apresentar desafios, os benefícios a longo prazo justificam plenamente os esforços. No cenário atual, a sustentabilidade e a responsabilidade social não são apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade imperativa.
Assim, as empresas varejistas que ainda não iniciaram sua jornada ESG devem considerar urgentemente a integração dessas práticas em suas operações. O futuro dos negócios depende de ações que promovam um equilíbrio entre crescimento econômico, bem-estar social e proteção ambiental, garantindo um mundo melhor para as próximas gerações.
Juedir Teixeira é PhD. em Gestão.
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