Área de forte valor histórico o Centro da capital fluminense vive era de revitalização graças à mudanças em legislações que estão contribuindo para a ocupação urbana. Novos prédios, que comportam apartamentos e hotéis, estão sendo construídos na região.
Para a transformação de prédios comerciais, foi criado há um ano o projeto Reviver Centro, que é um plano de recuperação urbanística, cultural, social e econômica. No primeiro ano do projeto, 2 mil unidades residenciais foram aprovadas, mas nem todas já foram lançadas, segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ).
“Algumas já estão em obras. É um volume maior que o dos últimos 10 anos juntos. A Lei que prevê incentivos teve êxito. Entre comprar, lançar, entregar são quatro, cinco anos. Em 2022, devem ser entregues as primeiras unidades”, analisa Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ e CEO da Piimo Empreendimentos Imobiliários.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) são instituições que apoiam essas mudanças. “Sempre acreditamos no potencial do Centro do Rio, dada toda a infraestrutura instalada no local, seja a disponibilidade de transporte público, seja a oferta de água, luz e esgoto, e toda a logística que permite que você chegue ou saia da região com facilidade. Por isso, há um alto potencial de valorização”, explica Claudio Hermolin, presidente do Sinduscon-Rio.
Marcelo Kaiuca, presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan e vice-presidente da federação, também vislumbra uma grande oportunidade de mercado. A região central será mais bem aproveitada, unindo residência em meio às áreas corporativas e comerciais. “A legislação era impeditiva. O Reviver Centro é um plano para requalificar a região. Além de permitir a conversão do uso comercial para o residencial, ainda autoriza a construção de moradias em terrenos vazios”, avalia.
Centro se beneficia de mudança na legislação
Hermolin classifica como modelo antigo de cidade, ou ainda de cidade partida, aquele em que há um bairro para trabalhar, outro para morar e um terceiro para a população se divertir. Esse modelo deixou o Centro por muito tempo como um bairro comercial. “Com a modernização dos modelos de cidades, tendo várias centralidades e necessitando de um equilíbrio entre o bairro comercial e o residencial, foi então proposto o Reviver Centro, lançado pela Prefeitura. O projeto tem por objetivo gerar um equilíbrio maior entre o comercial e o residencial, fazendo com que o bairro deixe de funcionar, na prática, apenas de segunda a sexta de 8h às 18h, passando a ter vida 24 horas por dia, sete dias por semana”, ressalta.
Entre as vantagens da legislação do Reviver, Saceanu cita o direito a fazer um pavimento de uso comum a mais do que o já existente. Há ainda benefícios tributários para os clientes na hora de pagar impostos como o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis. Ele fala ainda da operação interligada: uma empresa pode fazer um investimento no Centro e levar benefícios semelhantes para outras áreas da cidade que considere mais vantajosa. A Piimo fez um acordo comercial com uma empresa que constrói no Centro e usou esse potencial para incrementar uma obra em Ipanema, na Zona Sul da capital.