Por Nelson Lopes
O PL bateu o martelo e o ex-presidente Jair Bolsonaro fará uma espécie de turnê eleitoral no Rio, na semana do dia 18 de julho. O patriarca do clã mais influente da direita brasileira vai peregrinar por municípios do interior e da região metropolitana por dois dias. Mas, a grande expectativa é para o final de semana seguinte, quando um mega ato na capital do estado deve, de uma vez, iniciar o movimento de associação dele a Alexandre Ramagem – o que faz o delegado da Polícia Federal saltar em votos.
Todos os deputados federais e estaduais de direita do estado são esperados e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, puxará o coro junto ao eleitorado feminino. A organização do evento é do primogênito do ex-mandatário, o senador Flávio Bolsonaro. É claro que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que tenta a reeleição, será vidraça. Todos que subirem no palanque o associarão ao presidente Lula.
O novo estádio do Flamengo, no Gasômetro, se tornou motivo de briga entre os bolsonaristas e a ala do prefeito do Rio, Eduardo Paes. Em ano eleitoral, todo mundo quer ser o pai da criança e os dois grupos se acusam de uso político do tema. Nesta semana, os deputados federais Altineu Côrtes, do PL, e Pedro Paulo, do PSD, trocaram farpas públicas através das redes sociais. O motivo, todo mundo sabe: como o Flamengo é o time de maior torcida do Brasil, o projeto pode trazer votos e mais votos.
Altineu acusa Paes de mero oportunismo ao tratar do tema a seis meses da eleição em que pretende se manter no cargo. Cabo eleitoral da candidatura de Alexandre Ramagem, o líder do PL na Câmara diz que o atual prefeito “promete, mas não cumpre”. Sem papas na língua, Altineu diz que Paes “nunca fez nada pelo Flamengo ou pelo Vasco” – time de coração do prefeito. E garante que a possibilidade de construção do estádio é uma mera jogada eleitoral, que não deve sair do papel.
Não demorou para que Pedro Paulo, principal cotado para ser vice de Paes, usasse o Instagram para dizer que quem promete, mas não cumpre, é o chefe de Altineu, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele lembra que Bolsonaro chegou a negociar a construção do estádio na região do Gasômetro, mas não entregou a obra. Com um sorriso nos lábios, Pedro Paulo defendeu Eduardo Paes. O prefeito curtiu a publicação. É, meus amigos. A corrida eleitoral já começou…
Reverberou em Brasília a escolha do emedebista Otoni de Paula para coordenar o trabalho de aproximação de Eduardo Paes com os segmentos evangélicos nas eleições deste ano. Defensor histórico do bolsonarismo, o deputado federal virou as costas para a candidatura de Alexandre Ramagem – para quem chegou a ser cotado como vice – e se bandeou para o lado do favoritismo de Paes. A escolha tem como pano de fundo a mágoa de Otoni por não ter sido contemplado no projeto eleitoral bolsonarista. O senador Flávio Bolsonaro foi um dos que criticou duramente a escolha de Otoni.
Mas, para além da picuinha entre os bolsonaristas, a nomeação de Otoni para este papel indica uma tendência importante: ele teria condicionado o seu apoio a Paes à escolha de um nome para vice na chapa que não fosse do PT. Isso dá uma pista de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve ter o poder de indicação do vice e cresce a possibilidade de Pedro Paulo, do PSD, ser o escolhido. Em paralelo, crescem as pressões internas, de alas do PT, que defendem a ruptura com a chapa de Paes.
É grande a romaria de políticos do Rio que tem ido a Brasília semanalmente atrás de fotos com Bolsonaro e com o filho dele, Flávio. Todos querem um registro ao lado da família que puxa os votos da direita. Da Baixada à Costa verde, todos têm passado na sede do PL, no Setor Hoteleiro da capital federal, para um clique. Estiveram lá nesta semana, por exemplo: Netinho Reis (MDB), que é candidato a prefeito em Duque de Caxias, Luiz Cláudio (Republicanos), que vai tentar a sorte em Mangaratiba, e Renato Araújo (PL), postulante em Angra dos Reis.
Não teve jeito. O governador do Rio, Cláudio Castro, terá que voltar a Brasília na semana que vem, quando se encontrará com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele será um dos governadores convidados para mais uma roda de debates sobre a dívida dos estados com a União – a do Rio já supera R$ 160 bilhões.
Além de Cláudio Castro, também devem participar do encontro os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de representantes do Ministério da Fazenda. O governo fluminense quer um novo formato do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), com um impacto menor da taxa de juros, para garantir a aplicação dos recursos em investimentos no estado.
Atualmente, a taxa de juros da dívida do Rio de Janeiro está fixada no IPCA (inflação) e + 4% ou a taxa Selic (taxa de juros do país).
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