2024: ano favorável aos lançamentos e vendas na cidade do Rio de Janeiro

2024: ano favorável aos lançamentos e vendas na cidade do Rio de Janeiro Fonte: Freepik O mercado imobiliário do Rio de Janeiro manteve-se aquecido em 2024

O mercado imobiliário do Rio de Janeiro manteve-se aquecido em 2024, destacando-se como uma das cidades com o maior crescimento tanto em lançamentos quanto em vendas de imóveis. Pesquisa do Sindicato da Habitação, o Secovi Rio, indica que foram lançadas 23.513 unidades na cidade, representando um valor total de 15 bilhões de reais. Destas, 12.430 unidades foram vendidas, abrangendo imóveis de 1 a 4 quartos. Esse desempenho impulsionou o mercado a alcançar o melhor resultado em vendas dos últimos 10 anos, analisou o coordenador estatístico do Secovi Rio, Maurício Eiras. “Percebemos nos últimos anos uma demanda muito grande por lançamentos, em especial médio e alto padrão”, citou.

No município do Rio de Janeiro, com relação aos imóveis ofertados por anúncios em portais, o valor médio do m2 residencial para vendas atingiu a marca de R$ 9.892. No mesmo período do ano passado, esse valor era de R$ 9.222, refletindo uma variação positiva de 7,27%. Na liderança dos bairros mais valorizados ficou, respectivamente, Leblon liderando o ranking, seguido de Ipanema e Lagoa, saindo o m2 ofertado para venda por R$23.907, R$22.750 e R$16.397 respectivamente.

O setor de locação residencial também experimentou valorização devido à demanda superior à oferta. Em novembro de 2024, o preço médio do metro quadrado para locação na cidade alcançou R$ 46,97, um aumento de 21,81% em relação ao ano passado, quando o valor não ultrapassava os R$ 40,00.

Zona Central em alta

A região do centro da cidade merece destaque, ocupando a quarta posição no ranking de maior valor do m2 da cidade do Rio de Janeiro em venda residencial, chegando a R$7.086. Quando se trata de investimento, a região ocupa o terceiro lugar em termos de rentabilidade, ficando atrás apenas da Zona Sul e da Barra da Tijuca e adjacências, com uma rentabilidade de 0,52%. Alugar um imóvel no centro hoje, equivale a um desembolso de R$ 37,05 o m².

Em tempos de constantes mudanças econômicas, os corretores de imóveis precisam estar bem informados sobre as flutuações da economia e entender os fatores que podem gerar instabilidade no mercado. O corretor atualizado tem o papel crucial de ajudar seus clientes a enxergar não apenas os riscos, mas também as oportunidades que surgem em cenários diversos.

Embora o aumento da Selic represente desafios, ele também pode abrir portas para aqueles que souberem aproveitar novas possibilidades. É o que explica o vice-presidente do Creci-RJ, João Eduardo Correia, sobre a elevação da taxa básica de juros, a redução do crédito imobiliário e a reforma tributária, fatores que começam a mostrar efeitos diretos no mercado imobiliário.

Ele explica que incorporadores e construtores poderão sentir o impacto dessa alta na taxa de juros. “O aumento no custo do financiamento pode dificultar a realização de novos projetos, o que, por sua vez, pode limitar a oferta de imóveis no mercado”, disse ele.

Estar atento a essas transformações é fundamental para entender como elas influenciam não apenas no trabalho dos corretores de imóveis, mas também nas decisões daqueles que sonham em adquirir um imóvel. “Um dos principais reflexos que já estamos sentindo é a redução do crédito imobiliário, uma vez que os custos dos financiamentos aumentam com taxas de juros mais altas, elevando o valor das prestações. Esse cenário tende a reduzir a demanda, uma vez que muitos potenciais compradores podem adiar seus planos de aquisição de imóveis, aguardando condições mais favoráveis”, comenta João. Ainda segundo João, o momento ideal atualmente é o de negociar, pois o cenário pode pressionar os preços dos imóveis para baixo, podendo ser desafiador para quem já possui um imóvel ou para investidores do setor.

Correa explica que avaliar possíveis reduções nos preços dos imóveis, especialmente por parte dos proprietários que buscam condições de financiamento, pode ser uma excelente estratégia para identificar boas chances de compra. “Para os compradores, a oportunidade de adquirir imóveis a preços mais baixos pode ser vantajosa, principalmente quando se considera a possibilidade de portabilidade do financiamento. Com a queda das taxas de juros no futuro, quem comprar agora poderá transferir seu financiamento para instituições que ofereçam melhores condições, garantindo uma redução do valor das prestações”, acrescenta.

Creci-RJ cria comissões temáticas do mercado imobiliário

Há pouco mais de um mês, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RJ) criou cinco comissões temáticas a fim de fortalecer a atuação dos corretores de imóveis e promover o desenvolvimento do mercado imobiliário no estado do Rio de Janeiro.

As comissões, criadas em 4 de novembro, têm como objetivo atender às demandas de diversos segmentos do mercado imobiliário, como Tokenização, Avaliação, Compra e Venda, Leilão e Locação. A informação foi compartilhada por Marcelo Moura, presidente do Creci-RJ, durante a solenidade que nomeou os membros.

“A proposta é fornecer dados e informações relevantes para fortalecer a instituição e a profissão de corretor de imóveis. Nossos coordenadores de comissões irão representar e mediar interesses na sociedade, no legislativo, no judiciário, em nossa classe e em outros públicos relacionados à instituição”, declarou.

Raí Urbano, coordenador da área de Avaliação, destacou a relevância das comissões para entregar valor à profissão e mostrar à sociedade o impacto do trabalho dos corretores. “Acredito que o objetivo das comissões temáticas seja agregar valor à nossa profissão e demonstrar para a sociedade o que somos capazes de fazer”, afirmou.

Wilson Martins, assessor parlamentar e professor da Unicreci, universidade corporativa do Conselho, agora também atuando na comissão de Locação, ressaltou o momento oportuno para retribuir ao mercado. “Sou agradecido pela confiança à frente da iniciativa e sinto que chega o momento de eu retribuir ao meu mercado por tudo que já conquistei”, declarou. Ele também destacou a importância de criar conteúdos, pautas, artigos e relatórios com dados relevantes para os diversos segmentos da profissão.

Alexandre Frickmann, economista com vasta experiência no mercado imobiliário, apresentou um panorama positivo para o segmento de compra e venda, apesar de um cenário macroeconômico desafiador.

“Acredito que é na dificuldade que o mercado vai discutir e encontrar soluções. É nosso papel, dentro das comissões, promover esse debate, trazendo para a discussão governantes e autoridades que possam contribuir com nossos panoramas e análises”, comentou. Frickmann também se mostrou otimista com a perspectiva de recuperação do mercado em 2025.

Marcelo Magalhães, coordenador da comissão de Tokenização e especialista em blockchain, trouxe insights sobre sua área de atuação. Ele destacou o potencial promissor do mercado de tokenização para conectar proprietários de imóveis e corretores com novos compradores, especialmente aqueles que possuem criptomoedas como Bitcoin. “Falar de tokenização é falar em investimento imobiliário com mais democratização e acesso, devido ao ticket médio mais acessível”, explicou.

Daniel Morcillo, especialista no segmento de leilão, ressalta as oportunidades oferecidas pelos leilões judiciais e extrajudiciais. “O leilão gera muitas oportunidades. Apenas no dia de hoje, temos mais de 7 mil imóveis disponíveis no site da Caixa com leilão aberto”, afirmou. Ele destacou que, mesmo para corretores iniciantes, existem oportunidades no segmento, desde que haja capacitação e especialização.

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A Coluna Foco Imobiliário é produzida com material enviado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ)