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Estudo da FGV aponta impactos do legado olímpico para o Rio

A FGV afirma que os Jogos Olímpicos deixaram legado em diversas áreas como infraestrutura, transportes, meio ambiente, educação e esportes.

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26 de julho de 2024
Julio Cesar
Estudo da FGV aponta impactos do legado olímpico para o Rio
Boulevard Olímpico é apontado pela FGV como legado.

Estudo inédito da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que os projetos viabilizados pelo contexto dos Jogos Olímpicos Rio 2016 foram expressivos indutores de atividade econômica para a capital fluminense. Os dados foram divulgados na última terça-feira (23).

Segundo a instituição, o impacto, até hoje, foi de R$ 99 bilhões sobre o Valor Bruto da Produção (VBP). Sobre o PIB foram R$ 51,2 bilhões, além de R$ 5,3 bilhões em arrecadação de impostos; R$ 36,2 bilhões de impacto sobre a renda das famílias. Mais de 465,4 mil empregos foram criados.

Do total dos impactos econômicos, a major parte foi proporcionada durante o período olímpico. Os demais impactos econômicos foram gerados com os projetos em andamento ou em expansão depois dos Jogos.

FGV aponta que legado olímpico envolve diversas áreas

O trabalho concluiu que “os projetos públicos e privados implicaram efeitos econômicos que vão além de seus objetivos iniciais”. O legado atingiu regiões, setores e agentes que, à primeira vista, não seriam alvo das políticas e investimentos previstos.

As iniciativas geraram uma série de benefícios socioeconômicos para a população, tanto por meio do fornecimento dos serviços públicos, quanto pela criação de novos empregos, bem como a elevação da renda das famílias. Tudo isso se traduziu em um aumento do potencial de consumo e bem-estar dos cariocas.

De acordo com a FGV, passados oito anos do evento, “pode-se afirmar que a prefeitura do Rio entregou um dos Jogos Olímpicos mais eficientes da história em termos do uso racional do dinheiro público”.

Iniciativa privada também foi beneficiada pelo legado

Do ponto de vista das empresas, segundo o levantamento, o cenário também foi bastante positivo, uma vez que houve uma elevação significativa da demanda por bens e serviços diversos. Isso beneficiou a atividade econômica local como um todo. Além disso, a maior parte dos recursos mobilizados veio da iniciativa privada, sobretudo de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões.

A pesquisa revelou também que os impactos não ficaram restritos ao município. Os projetos beneficiaram significativamente toda a população fluminense. O Estado do Rio de Janeiro, incluindo a capital, registrou impacto econômico total de R$ 134,7 bilhões em Valor Bruto da Produção, além de R$ 69,6 bilhões sobre o PIB; R$ 7,25 bilhões em impostos; e R$ 49,2 bilhões sobre a renda das famílias. Quanto aos empregos, foram mais de 633,2 mil de empregos.

Levantamento da FGV sobre legado é pioneiro

O estudo é o primeiro a quantificar os impactos econômicos dos Jogos em uma perspectiva mais ampla. Incluiu tanto os empreendimentos estritamente ligados ao evento, quanto aqueles viabilizados por seu contexto.

Desta forma, considerou dois grupos de investimentos: legados finalizados para os Jogos 2016 e legado em andamento ou expansão. Este último considerou especialmente infraestrutura urbana, mesmo que implementados depois do evento. Este grupo também abrange projetos que foram concebidos no contexto das Olimpíadas, mas interrompidos temporariamente e, posteriormente, retomados.

As análises consideraram os efeitos dos investimentos públicos e privados, incluindo os resultados de sua contínua operação. 

Legado finalizado x legado em andamento ou expansão

Para a FGV, os Jogos Olímpicos deixaram um legado na infraestrutura, nos serviços, nos transportes, no meio ambiente, na educação e nos esportes para a cidade. O estudo levou em consideração projetos concluídos até 2016 e outros que foram ampliados e/ou retomados depois das Olimpíadas.

Dentro do primeiro grupo, estão, por exemplo, a primeira fase das obras do Porto Maravilha, como a derrubada da Perimetral, a criação de novos túneis na região, a criação do Boulevard Olímpico e a construção do Museu de Arte do Rio e do Museu do Amanhã. Projetos de mobilidade também estão incluídos, como os BRTs Transoeste, Transcarioca e Transolímpica, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e a linha 4 do Metrô.

Já no segundo grupo está, por exemplo, o reaproveitamento de instalações olímpicas. É o caso da Arena do Futuro, que foi convertida em quatro escolas. Outro caso é a Arena 3, transformada no Ginásio Educacional Olímpico Isabel Salgado. A transformação da Via Olímpica no Parque Rita Lee também foi citada.


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