Leste Fluminense
Rio Bonito

Muito além da bananada. Com passado ligado a cafeicultura, Rio Bonito celebra 176 anos

Sob o slogan de “Capital da Bananada”, criado pela prefeitura para incentivar o turismo local, Rio Bonito tem passado ligado aos “Sete Capitães”

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07 de maio de 2022
Muito além da bananada. Com passado ligado a cafeicultura, Rio Bonito celebra 176 anos
Imagem área de Rio Bonito. Crédito: Cezar Fernandes / Reprodução

Basta uma conversa com alguém com costume de viajar pela BR-101 saindo da capital fluminense e perguntar sobre Rio Bonito que logo surge no bate-papo os comentários sobre os deliciosos doces da cidade de apenas 60 mil habitantes localizada no Leste Fluminense. A fama é tão grande e justa que nos últimos anos a prefeitura de Rio Bonito resolveu investir no slogan “A capital da bananada”. E ai de quem falar ao contrário.

E qual o motivo de falarmos de Rio Bonito neste sábado, véspera de Dia das Mães? É nobre! A cidade completa 176 anos de história neste 7 de maio. Lá atrás, muito antes de BR-101, bananadas e mariolas, as terras de Rio Bonito, antes habitadas pela tribo indígena dos Tamoios, faziam parte da capitania de São Vicente.

A história conta que nesta época grandes terrenos foram concedidas a dois homens, que ficaram marcados como os primeiros proprietários de terras na região. Paulo da Mota Duque Estrada recebeu uma sesmaria em 14 de maio de 1751 e, mais tarde, em 22 de outubro de 1682, Pedro de Souza Pereira ganhou uma grande parcela de terra.

Rio Bonito e os sete capitães

Além de apontar os primeiros proprietários de terras na região, a história nos mostra de onde vem o batismo da cidade de Rio Bonito. Em 19 de agosto de 1627, sete militares receberam do então governador do Rio de Janeiro, Martim Correia de Sá, terras que faziam parte da abandonada Capitania de São Tomé. Eles haviam solicitado a doação como prêmio por suas lutas contra invasores.

Em uma viagem destes sete militares em direção a Macaé, quando passavam pela região onde hoje se encontra a cidade de Rio Bonito, eles se impressionaram com a beleza de um riacho que atravessava o local. A alcunha pegou e viria a fazer parte do nome da cidade quando o primeiro povoado começou a s desenvolver ali.

Em 1755 foi construída em uma fazenda da região uma capela em homenagem a “Madre de Deus” o que fez com que, naturalmente, fosse plantada uma semente de povoamento na região, como o primeiro sinal de colonização.

Mais tarde, em 1768, o povoado em torno do templo religioso era alçado a categoria de freguesia, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição do Rio d’Ouro. Mais tarde a freguesia muda de local, um novo templo é construído e surge o nome de Nossa Senhora da Conceição do Rio Bonito. Olha ele aí!

Em meados do século XIX as terras da região serviram bem para a cafeicultura e viram desenvolvimento econômico inédito. Em pouco tempo o grão era a principal fonte de riqueza da cidade. Sendo assim, o governo entende a importância do crescimento e em 7 de maio de 1846 é criado o município de Nossa Senhora da Conceição de Rio Bonito.

O desenvolvimento local e a autonomia administrativa fizeram com que Rio Bonito se tornasse um terminal de um ramal da Companhia de Ferro-Carril Niteroiense, com um entreposto da produção e do comércio. Em 1890 a vila foi elevada à categoria de cidade e continuou a desenhar sua trajetória com a alcunha de Rio Bonito.

Rio Bonito em foto de 1972: Paisagem bucólica permanece ate o dia de hoje, apesar do desenvolvimento