Baixada Fluminense

Clébio Jacaré: ‘um bom gestor precisa, em primeiro lugar, saber o quanto de recursos está sendo gasto’

Clébio Jacaré (União Brasil) possui uma vasta experiência de vida e como empresário. Ele já atuou em diversos ramos econômicos, desde o setor de transporte, passando pelo entretenimento, até academias e empresas de construção civil. Agora, o empresário deseja aplicar os seus conhecimentos e experiência em prol da população de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Pretendendo concorrer ao cargo de prefeito, reconhece que a gestão eficiente é um fator crucial para o sucesso de qualquer administração. Portanto, ele afirma: “Um bom gestor precisa, em primeiro lugar, saber o quanto de recursos está sendo gasto.

Entre suas propostas, o pré-candidato do União Brasil pretende atrair investimentos para a cidade, incluindo a criação de um polo industrial e a promoção do turismo, com a instalação de parques temáticos e resorts na área da Serra do Tinguá.

Confira a entrevista de Clébio Jacaré ao Conexão Fluminense:

Conexão Fluminense: Qual foi a sua trajetória até chegar à pré-candidatura para a prefeitura de Nova Iguaçu?

Clébio Jacaré: Eu sou filho de mãe separada e tenho 12 irmãos, com pouca diferença de idade, sendo o penúltimo. Iniciei minha jornada aos 8 anos como camelô e trabalhei como vendedor de livros, lustres, copeiro, barman e garçom. Aos 17 anos passei a vender lustres em outros estados.

Depois, comecei a trabalhar com meu irmão em restaurantes e danceterias. Aos poucos, me tornei proprietário de ônibus. Com muito esforço, passei a ter uma frota de ônibus, caminhões, máquinas e equipamentos. Atuei em uma variedade de setores, incluindo gráficas e um terminal de cargas.

Atualmente, possuo 22 empresas em diversos segmentos, incluindo indústria de implementos rodoviários, locadoras de máquinas, academias, entre outros. Nossas empresas geram cerca de 4 mil empregos diretos e, no total, cerca de 6 mil empregos indiretos.

Conexão Fluminense: O que o motivou a ingressar na política?

Clébio Jacaré: Aprendi muito com as dificuldades de uma origem humilde e também com os desafios de ser empresário.

Antes de Deus transformar minha vida, me capacitando para ser um empresário bem-sucedido, já tinha quebrado oito vezes. Foi durante as últimas crises que entrei para a igreja. Fazíamos retiros, ações sociais, limpeza de ruas.

Em 2016, durante uma cruzada evangelística com 20 mil pessoas, três jovens me perguntaram por que eu não sairia candidato a prefeito. Diziam que eu fazia muito pela comunidade e poderia fazer ainda mais como prefeito. Eu então respondi que, se fosse a vontade do Senhor, poderia concorrer.

Fiquei pensando muito sobre isso. Na época, tinha 800 funcionários trabalhando na manutenção da rodovia BR 040, mas estava muito endividado. Fiz um voto com Deus: se o Senhor quer que eu vá para a política, me tire desta dívida até o final do ano. No fim de 2016, após muitas bênçãos, não estava devendo nada a ninguém.

Então, fui entendendo o que estava acontecendo. Deus me fez lembrar do voto que tinha feito. Conversei com minha esposa, oramos sobre o assunto, e o receio que tinha de ser candidato desapareceu e consegui concorrer.

Conexão Fluminense: Falando sobre a campanha, como o senhor avalia a situação em Nova Iguaçu?

Clébio Jacaré: Sendo muito franco, eu diria que a cidade está melhor do que já esteve. Não é porque sou pré-candidato que vou ficar falando mal do atual governo. Admiro muito o atual prefeito, que lidou bem com a pandemia. Rogério soube administrar, mas isso não é suficiente.

Nova Iguaçu possui uma população de 1 milhão de habitantes. As pessoas precisam de oportunidades. Igual a mim é difícil encontrar, é um exemplo raro.

A falta de oportunidades prejudica a vida das pessoas, mas a cidade tem um grande potencial. O orçamento anual é de R$ 2,4 bilhões e sempre teve um papel importante na Baixada. Foi de Nova Iguaçu que surgiram Queimados e Duque de Caxias, que estão com maior desenvolvimento.

Quando se fala em oportunidades na Baixada, o empresariado pensa primeiro em Queimados, que construiu um parque tecnológico industrial. Por que não podemos fazer o mesmo em Nova Iguaçu? Acredito que temos o potencial para transformar Nova Iguaçu em um modelo de cidade, em vez de ser apenas uma cidade-dormitório.

Com minha experiência empresarial, acredito que podemos atrair investidores de peso e revolucionar Nova Iguaçu.

Conexão Fluminense: No que diz respeito à atração de investimentos, o que pode ser feito para atrair mais empresas e quais setores podem prosperar?

Clébio Jacaré: Existem várias maneiras de atrair investimentos. A primeira é enxugar a máquina, organizando a economia do município para investir mais em infraestrutura. Tem uma área em Tinguá com potencial para se tornar um polo industrial, mas primeiro precisamos desenvolver a infraestrutura necessária para atrair investidores.

Em segundo lugar, no setor de turismo, por exemplo, há cachoeiras na Serra do Tinguá. Por que não criar parques temáticos com resorts e infraestrutura adequada para a região? Isso poderia atrair turismo e investimentos. A Serra do Vulcão é outra área com potencial turístico.

Com um orçamento de R$ 2,4 bilhões por ano, o que não podemos fazer? Mas não tem condição de fazer com varinha mágica, é preciso ter pessoas comprometidas e trabalho árduo. Tenho certeza que vamos conseguir.

Conexão Fluminense: Quais são suas propostas?

Clébio Jacaré: Estamos desenvolvendo nosso plano de governo, buscando a opinião de diversos especialistas, gente capacitada. Todas as áreas é preciso investimento e sei como enxugar a máquina e captar recursos para desenvolver projetos.

A saúde e a segurança são áreas fundamentais, pois a falta de segurança afeta a educação. Se as escolas não são seguras, como os alunos vão aprender? Precisamos criar um ambiente seguro para investir na educação.

Na área da saúde, temos que lidar com um grande número de pacientes baleados, devido à violência envolvendo o tráfico de drogas, milícias e o estado. Se a segurança pública é boa, teremos menos gastos com atendimento hospitalar.

Portanto, o ponto crucial é gestão eficiente, economicidade, produtividade e o foco na segurança, para permitir que as outras áreas prosperem e que o povo volte a viver em paz.

Conexão Fluminense: O senhor mencionou saúde e segurança. Poderia detalhar mais?

Clébio Jacaré: Após minha primeira campanha, comecei a atuar no setor de saúde. Oferecemos serviços de alta qualidade com eficiência econômica. Sei quanto custa manter hospitais e unidades de alta complexidade.

No Portal da Transparência da Prefeitura, podemos observar que desde 2020 o orçamento da saúde é deficitário, ou seja, o valor da receita é menor que o da despesa. Em 2023, a receita na saúde é de R$ 616 milhões, contra uma despesa de R$ 879 milhões. Há um déficit de 263 milhões que precisa ser resolvido.

Costumo dizer que uma boa gestão é como uma caixa d’água. Imagine uma caixa com um grande cano que traz água. Não é a quantidade de água que entra que determina o que sobra, mas o estado do fundo da caixa. Se o fundo estiver vazando, a água sempre sairá por baixo. É preciso estancar o fundo para sobrar água.

Portanto, um bom gestor precisa, em primeiro lugar, saber o quanto de recursos está sendo gasto.


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