Nas entrelinhas da notícia

O encantador de intelectuais

*Por Professor Hélvio Costa

O que há em comum entre o boi e o intelectual brasileiro? De início nada, além do mesmo ar que respiram, mas na verdade eles guardam algumas semelhanças comportamentais que ao serem expostas, como diz a letra de Caetano Veloso, surpreenderá a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio.

Inicialmente, pensemos no forte e disciplinado boi que puxa o arado, capaz de trabalhar o dia inteiro subjugado por um ser infinitamente mais fraco de quem quebraria os ossos apenas com o pisar de uma de suas patas, porém ao som de “EI BOI, EI BOI…” obedece sem retrucar. Esse é nosso primeiro exemplo.

Agora vejamos os intelectuais, amantes do conhecimento que de forma quase sacerdotal dedicam suas vidas a busca do conhecer e do compartilhar de seus conhecimentos, capazes de fazer chips, sites, foguetes remédios, motores, poesias…. fortes e disciplinados como boi e inamovíveis em seus objetivos prontos a servir a todos com suas pesquisas e descobertas.

O Plano Real, que trouxe consigo o fim da hiperinflação brasileira, foi idealizado pelos melhores pensadores da economia nacional, intelectuais da economia que urdiram o plano posteriormente entregue aos políticos. Antes, porém sem cor partidária ou interesses eleitorais testaram a hipótese e sem motivação ideológica chegaram ao melhor modelo, que traria consigo o fim da inflação.

Da mesma forma, as bases do bolsa família programa amplamente explorado de forma política em períodos eleitorais, foi idealizado por uma intelectual discreta e respeitada, que em sua gênese, apresentava portas de entrada e de saída do programa. Porém, em seguida entregue aos políticos fecharam sua porta de saída. Afinal seria interessante manter os beneficiários presos o que é inadmissível ao pensamento intelectual.

Recentemente, vimos pesquisadores brasileiros lutando contra o tempo para entregar uma vacina contra a Covid-19 infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, porém antes disso já entregaram com louvor vacinas para combater e proteger contra difteria, tétano, sarampo, caxumba, rubéola etc.

Quando pensamos em um grande líder para liderar um país repleto de mentes brilhantes pesquisadores, professores, cientista, filósofos, médicos, engenheiros, administradores…. pensamos certamente em alguém com um alto preparo intelectual, elevado senso moral e de justiça, de modo que possa servir de exemplo para os filhos e filhas de uma nação.

Queremos que nossos filhos estudem, pois, a educação liberta e capacita. Porém o que queremos para nós e para nossa família parece que não serve para escolha dos nossos políticos, aí deixamos tanto a esquerda produzir Boulos quanto a direita Pablos dentre outras aberrações tão desqualificadas quanto as apresentadas, seres medíocres, porém com o poder de manipular mentes brilhantes.

Faz algum sentido, um piloto de avião transferir o controle da cabine de comando para alguém que nunca pilotou ou um renomado cirurgião médico permitir que um curioso amante da medicina realize uma complexa cirurgia cardíaca, então porque mentes inteligentes aceitam discursos rasos sem rigor acadêmico, sem fontes credíveis e nem tampouco relação entre causa efeito. Apenas falácias que bem sofismas são pois sofismas são sofisticados e o que vemos são políticos verborrágicos e enganadores.

Peguemos o caso do nosso presidente Luiz Inácio, pobre, nordestino que por obra do acaso, descuido de algum projeto ou mérito próprio (deixo ao juízo individual de cada leitor) ascende ao poder eleito Deputado Constituinte, já naquela época não era o Lula pobre e sim alguém que se dedicou a aprender muita coisa no mundo da política menos a real importância de uma educação formal.

Continuou ignorando a necessidade de uma educação formal, o mesmo ignorante de antes só que agora Presidente da República, falando sobre vários assuntos de forma superficial pois assim, parece mais interessante uma vez que o auto didata não tem o compromisso do rigor acadêmico, inventam números aleatoriamente falam do que não conhecem como se doutor fossem, e pior ainda é aplaudido por doutores que de fato são.

Como compreender um país em que intelectuais como eu, dedicam suas vidas ao conhecimento se deixam governar por políticos que escarnassem de sua intelectualidade magníficos reitores, apequenando-se diante de heresias intelectuais.

Dizem que a esquerda domina as universidades. Na verdade, tanto a esquerda quanto a direita são dominadas por alguém que não conhecemos que tem um projeto de idiotização para todos de modo a dominar massas.

Assim o discurso da picanha e cervejinha ou a prática de atribuir virtudes de mito em alguém tão comum quanto qualquer outro, são faces dessa mesma estratégia de produção de idiotas em massa. Homens e mulheres da política que não conhecem a essência das coisas e mesmo desconhecendo falam delas como se as conhecessem.

A educação é a última trincheira capaz de mudar o rumo dessa marcha em direção a idiotice nacional, pois somente pela educação se transforma uma nação.


Professor Hélvio Costa é jurista e professor universitário

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