Projeto de concessão do Canecão para iniciativa privada avança na UFRJ

Em audiência pública realizada nesta quarta-feira, o Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) junto com representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentaram detalhes sobre o projeto para construir uma nova casa de shows no campus da Praia Vermelha, na Urca, Zona Sul da capital fluminense

A proposta para o ”novo Canecão” prevê a implantação de outros três equipamentos culturais que serão explorados pela iniciativa privada por 30 anos. A universidade terá ”cotas” anuais pelo uso dos espaços. 

Segundo o conselheiro e professor Walter Suemitsu, passado esse período, a Universidade terá condições de exigir mais dias para utilizar o espaço, uma vez que não haverá a necessidade de outras contrapartidas. “Agora, quando for a renovação, o prédio, o equipamento cultural, já vai ser da UFRJ. Então, as condições vão ser muito mais favoráveis. No momento, temos que ceder 300 dias para a iniciativa privada porque eles não vão investir e não ter retorno nenhum.”

A área total com intervenções tem 15 mil metros quadrados entre as imediações do Rio Sul (onde ficava o antigo Canecão e o novo espaço multiuso (próximo ao campo de futebol). A ideia é que esse espaço vire uma nova área pública de lazer. O painel original de Ziraldo na fachada do antigo Canecão também será recuperado pela Escola de Belas Artes da UFRJ.

“(Nesse trecho da concessão) derrubaremos os muros que cercam o campus e a sociedade vai poder circular. Daremos acesso à população a um espaço de qualidade.Isso é inovador, Essa é uma boa oportunidade para a cidade repensar o cercamento de áreas de lazer e praças. Além disso, a área construída vai ocupar no máximo 30% da área do projeto, o que permitirá manter boa parte das árvores”, disse o vice-reitor da UFRJ, Carlos Frederico Leão Rocha, em entrevista ao Jornal Extra.

Edital do Canecão terá valor mínimo

A estimativa é que o investidor privado gaste R$ 53,7 milhões em todo o projeto. O edital vai fixar um valor mínimo de R$ 554 mil pela concessão. Para participar da concorrência, o interessado deve comprovar que tem experiência ou conta com um parceiro que já administrou espaços multiuso com capacidade para pelo menos mil pessoas. Em contrapartida, o concessionário ficará responsável por construir um restaurante universitário com capacidade para fornecer 2 mil refeições por dia, além de um prédio com pelo menos 80 salas de aula no terreno onde no passado funcionou o Bingo Botafogo.

“As ilustrações do projeto são conceituais. A fachada pode ou não ser de vidro (como havia sido divulgado em desenhos pela universidade). O que vamos exigir é que seja implantada na fachada do prédio uma réplica do painel do Ziraldo que existe no muro do antigo Canecão. Quem vencer a licitação terá 9 meses para apresentar o projeto final. Antes da execução, o plano completo terá que ser aprovado pela universidade e pela prefeitura”, disse Flávio-Papelbaum, gestor do projeto pelo BNDES.

No espaço do antigo Canecão será implementado um pequeno centro para eventos, que Carlos Frederico definiu como ”teatro de bolso”. A universidade terá direito a usar o equipamento 275 dias por ano.

A audiência pública foi uma das etapas que antecedem o lançamento do edital, que deve ocorrer até o fim do ano. Não houve pedidos de esclarecimentos ou sugestões por parte do público. Nesta quinta-feira, o Conselho Universitário vai deliberar sobre a concessão. Mas a decisão é meramente consultiva, sem poder para impedir a concessão.

Sobre a nova casa de shows, a UFRJ poderá utilizá-la 50 dias por ano, em agendas marcadas às segundas e terças-feiras. Nos anexos vai funcionar um centro de exposições e espaços destinados para ensaios. Nesses dois casos, a cota da universidade será de 90 dias por ano. As novas salas de aula e a área do refeitório serão de uso integral da universidade.

O projeto conceitual prevê que o ”novo Canecão” será em formato multiuso. Mas há a exigência que o concessionário ofereça pelo menos 3 mil lugares no módulo ”show”, com público de pé ou 1,5 mil lugares sentados. 

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