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Com Magé e EC Corrêas na final do carioca, Futsal do Rio sonha com destaque nacional

Talvez nem os mais amantes do esporte e do futebol não saibam, mas neste domingo tem final do Campeonato Carioca de Futebol de Salão (Futsal). A disputa, bem longe dos brilhantes holofotes do duelo entre Flamengo e Palmeiras no Campeonato Brasileiro de futebol de campo, será entre o Magé Futsal, da Baixada Fluminense, e o Esporte Clube Corrêas, da Região Serrana. Engana-se, no entanto, quem pensa que o fato de não ter nenhum clube de maior investimento envolvido significa queda de qualidade. A promessa é de jogo disputado e ginásio cheio no Ginásio do Velódromo, no Parque Olímpico, neste domingo, às 14h.

Após uma primeira fase de percursos diferentes, com o EC Corrêas terminando em 1º lugar e o Magé fechando a etapa na quinta colocação, os dois times chegam embalados após na semifinal o Magé Futsal bater o Vasco da Gama com uma vitória e um empate e o EC Corrêas eliminar o Esporte Maricá com duas convincentes vitórias. Alex Tinoco, presidente do Esporte Clube Corrêas, fala sobre a expectativa. “As maiores possíveis, trabalhamos muito para chegarmos a grande final e estamos confiantes no trabalho desenvolvido por toda equipe”. O time que é tricampeão municipal adulto busca sua primeira conquista estadual.

Do lado da equipe do Magé Futsal o craque Vander Carioca, que dispensa apresentações, está confiante na conquista do título do Campeonato Carioca. “Nós nos preparamos bastante nesse primeiro semestre. Viemos de duas quartas e semifinais muito fortes. Vamos enfrentar uma equipe que chegou as finais com mérito. Acertar os detalhes para se Deus quiser levantar mais um caneco”, projeta o animado capitão da equipe.

Após terminar a primeira fase na quinta colocação, a equipe do Magé Futsal evoluiu na fase final

Paralelamente à emoção de ver duas equipes duelarem pelo objetivo máximo do esporte – que é o título – fica o questionamento. A modalidade adulto de futsal, que outrora fez acontecer clássicos épicos entre clubes cariocas em campeonatos nacionais, amarga um hiato quando o assunto é projeção para o país. Há alguns anos nenhuma equipe do Rio sequer disputa a Liga Nacional de Futsal, principal torneio do país.

Futsal nos clubes de bairro

Como a velha pergunta que questiona se o ovo nasceu primeiro do que a galinha, fica a reflexão: O futsal não tem visibilidade pois não tem divulgação e patrocínios ou não tem divulgação e patrocínios pois não é atrativo?

Eleito melhor técnico de futsal do mundo em 2013 e atualmente na categoria de base do Botafogo, Ney Pereira vai mais a fundo na questão e levanta a bola de uma mudança de realidade da prática de futsal.

“A frequência de um clube normal, um clube de bairro, não é igual ao que era. Antigamente nós tínhamos os clubes como reencontro de famílias, de casais de crianças de esporte. Hoje os condomínios se apropriaram deste espaço e os clubes se esvaziaram por outras situações também. Então isso tudo influenciou muito na revolução do futsal, principalmente no adulto. As categorias de base estão bem orientadas, com muitos clubes participando, pois é um local que acolhe as famílias com as crianças para jogos e treinos”. O ex-técnico da seleção brasileira faz, no entanto, uma ressalva:

“É necessária a participação da televisão. É claro que sem patrocínio você não faz. O futsal é caro, pois as taxas de arbitragem e uma série de fatores, desde locomoção, viagens, mesmo que dentro do estado. Se ninguém bancar, dificilmente o atleta vai jogar pagando isso tudo”. Ele lembra ainda da necessidade de ginásios adequados, com medidas oficiais, para que o jogo evolua.

Alex Tinoco acredita que a transformação passa por maior apoio à federação e aos clubes. “Mais apoio aos clubes e consequentemente a federação para que possam fazer campeonatos de qualidade. Estrutura para que a Federação consiga ter os melhores meios fazer do campeonato adulto a referência. Acredito muito nessa nova direção da federação e eles estão no caminho certo. Ter os clubes de camisa jogando, atletas de renome também ajuda muito no processo de crescimento da competição”.

Após o vice em 2018, a equipe do Esporte Clube Corrêas chega confiante à grande final deste domingo

Com a esperança de quem voltou ao Rio com o objetivo de ajudar a reerguer o futsal carioca e colocar um time carioca na Liga Nacional de Futsal, Vander dá seu testemunho ocular de uma aparente evolução. “Se você pegar o futsal do Rio há dois anos para ver a evolução, você vê quadras lotadas, clubes investindo novamente, jogos de boa qualidade, de nível alto. Estamos conseguindo aos poucos resgatar o futsal carioca”.

Ex-jogador profissional de futsal, com a experiência de gestão de quem é subsecretario de Esportes do município do Rio de Janeiro, o professor de Educação Física Marcello Barbosa ressalta que credibilidade é a palavra-chave da transformação da modalidade para alçar voos maiores.

“É preciso resgatar a credibilidade da modalidade no estado do Rio de Janeiro. Isso primeiro tem que ser feito através de um calendário coerente, de transparência na organização e condução dos campeonatos. É fundamental uma estratégia de recuperação dos clubes de bairro e seus times. Estratégia de patrocínio, de apoio, de recursos vindo do poder público. Recursos do governo federal, leis do incentivo. É preciso criar essas parcerias”.

O ex-jogador Octavio Bocão acredita que a transformação passa por uma mudança no campeonato regional. “Para gerar receitas é preciso ter equilíbrio entre os clubes. Não adianta ter um clube com uma disparidade enorme, eu querer um time na liga nacional se eu não tenho um campeonato carioca forte. Isso eu sempre disse no Rio de Janeiro. Se nós não temos um campeonato regional forte, como vamos priorizar um time na liga nacional. Se não é um projeto à longo prazo fica um ou dois anos e depois acaba.”

Luiz Carlos Quaresma, diretor de comunicação da Federação de Futsal do Estado do Rio de Janeiro (FFSERJ), que organiza todas as competições de futsal do Rio com a experiência de ser a primeira federação de futsal do mundo, ressalta que o trabalho de evolução da categoria está em curso. Ele conta o que é preciso para transformar o cenário.

“O cenário atual de trabalho, somando com filiados a realidade do esporte. As glórias passadas, vivem na história do esporte, valores que acrescentam. A FFSERJ diante das dificuldades, cuja pandemia do Covid 19 paralisou atividades. Estamos no caminho certo, a base o futuro do esporte, bem alinhada assim como o sub 15 e 17. O presente nos mostra evolução com trabalho e teremos final do adulto masculino e feminino e sub 20 no espaço legado Olímpico, Velódromo, no domingo, com expectativa de público que lotaram ginásios a partir das quartas de final.

Sobre a dependência da televisão ele amplia os horizontes: “Hoje meio de comunicação ultrapassa limites de tv aberta. Comunicação ampla com vetores de web tv. Vivemos nova realidade, por isso vamos continuar trabalhando com transparência e o Futsal alcançará suas metas.”

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