*Por Flávio Cure
Com a chegada do inverno, uma nova variante do SARS-CoV-2, chamada XEC, surge como uma possível protagonista das transmissões de COVID-19. Essa variante é resultado da recombinação de duas variantes anteriores, JN.1 e KP.2, ambas descendentes da variante Ômicron. Felizmente, o XEC é geneticamente próximo das variantes visadas pelas vacinas mais recentes, sugerindo boa proteção contra doenças graves.
Origem e Expansão
O XEC foi detectado pela primeira vez na Alemanha em agosto de 2024 e ganhou atenção global em setembro, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) o classificou como uma ‘variante em monitoramento’. Sua origem pode estar relacionada a eventos de grande escala, como o torneio EURO 2024 ou os Jogos Olímpicos de Paris, ambos ocorridos no verão europeu.
Desde então, o XEC tem se espalhado rapidamente. No início de novembro, ele representava 28% dos casos sequenciados nos Estados Unidos, mostrando um aumento significativo em relação aos meses anteriores. Especialistas acreditam que ele pode se tornar dominante em breve.
Características do XEC
Laboratórios identificaram que o XEC apresenta alta infectividade e maior evasão imunológica em comparação com outras variantes. No entanto, não há evidências de que ele cause sintomas mais graves. Estudos sugerem que as vacinas atuais, voltadas para variantes JN.1 e KP.2, continuam eficazes na prevenção de casos severos e mortes.
Vacinação e Precauções
Embora as vacinas atualizadas sejam eficazes, a adesão permanece baixa. Nos Estados Unidos, apenas 17% dos adultos receberam as doses mais recentes. Para grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com imunidade comprometida, a vacinação continua sendo crucial.
Enquanto a COVID-19 se torna menos letal para a maioria, ela ainda causa hospitalizações superiores às da gripe, especialmente em populações de risco. Portanto, cuidados extras são recomendados, especialmente ao visitar indivíduos vulneráveis.
Vigilância e Recomendações
O monitoramento genômico global tem diminuído desde o fim das emergências de saúde pública, dificultando a detecção de novas variantes. Pesquisadores alertam que, apesar dos desafios, é essencial manter a vigilância para mitigar riscos à saúde pública.
Recombinação Viral
A recombinação, mecanismo pelo qual o XEC surgiu, ocorre quando uma pessoa é infectada por mais de uma variante ao mesmo tempo. Isso acelera a evolução do vírus, tornando-o potencialmente mais transmissível e evasivo ao sistema imunológico.
Impacto Global
Embora o XEC seja uma variante em monitoramento, ele já teve impacto significativo em regiões como Europa e Américas. A rápida disseminação destaca a importância de uma resposta global coordenada para evitar surtos maiores.
Informações sobre o XEC
Estudos recentes indicam que o XEC possui um número de reprodução efetivo 13% maior que o de variantes predominantes como KP.3.1.1. Isso sugere que o XEC tem potencial para superar outras variantes em transmissibilidade.
O Papel das Vacinas
As vacinas continuam sendo uma ferramenta eficaz para prevenir casos graves e mortes. Dados sugerem que os imunizantes mais recentes, direcionados a variantes como JN.1 e KP.2, oferecem proteção significativa contra o XEC.
Expectativas para o Futuro
Com o inverno chegando no Hemisfério Norte, é provável que o XEC desempenhe um papel importante na dinâmica das transmissões de COVID-19. Especialistas recomendam cautela e a continuidade de práticas de prevenção, como vacinação e uso de máscaras em ambientes de alto risco.
Mensagem Final
Embora o cenário atual seja menos grave do que nos primeiros anos da pandemia, a COVID-19 ainda representa riscos, especialmente para populações vulneráveis. A vigilância contínua e a adesão às medidas preventivas permanecem fundamentais.
Flávio Cure Palheiro é cardiologista, coordenador do Centro de Estudos do Hospital Copa Star.
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