O Estado do Rio teve maior corrente de comércio em 2022 (US$ 70 bilhões) desde o ano 2000, com recordes tanto na exportação quanto na importação. No ano, a balança comercial fluminense teve superávit de US$ 18,9 bilhões, segundo o boletim Rio Exporta 2022, produzido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
O resultado é reflexo do desempenho nacional. No acumulado de 2022, a corrente de comércio do país somou US$ 607 bilhões, um crescimento de 21% em relação a 2021. Já no estado, a alta foi maior: de 25%.
As importações fluminenses somaram US$ 25,4 bilhões, 13% superior a 2021. Os desembarques de bens intermediários e matéria-prima representaram 50% do total, com destaque para a indústria de outros equipamentos de transporte, alta de 19% (US$ 5,7 bilhões). Entre os pontos relevantes estão as compras de partes de motores e de turbinas para aviação (US$ 2,9 bilhões) e motores e turbinas para aviação (US$ 2,2 bilhões).
“Em relação a 2021, tivemos um crescimento de quase 6% nas importações de turbinas e de 17,56% nas de partes e peças de turbinas. Entre os motivos está o maior número de viagens aéreas de lazer ou negócios, com o abrandamento da pandemia. Além disso, durante a pandemia, as empresas aéreas mandavam para revisão motores que precisavam de serviços leves e moderados, e em 2022 voltaram os casos de revisão pesada, que necessitam de mais peças. Outro ponto é que cada vez mais as companhias usam motores de última geração, com alta tecnologia e materiais com maior valor agregado, com maior custo de aquisição de peças”, explica Ricardo Keiper, diretor de Suply Chain da GE Celma.
Já as exportações do Rio (US$ 44,3 bilhões) subiram 33% frente a 2021. A alta atingiu diversos setores, sendo que os embarques de petróleo e gás natural representaram 77% do total.
Doze entre os 15 principais produtos da pauta subiram, como naftas (+127%) e óleos combustíveis (+70%). “A evolução do preço internacional do barril de petróleo, que bateu US$ 130, muito por conta da guerra na Ucrânia, impactou esse resultado”, pontua Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional.
A China se manteve como o principal destino dos óleos brutos de petróleo brasileiro, enquanto a Arábia Saudita foi responsável por 95% das importações brasileiras do produto.
Por outro lado, as exportações exclusivamente de petróleo tiveram alta de 23%. Os EUA se mantiveram como principal parceiro tanto nas exportações como nas importações. Houve incremento na exportação para os principais destinos, exceção do Mercosul, com recuo de 8%, devido ao retrocesso nas vendas para a Argentina. As importações exclusivamente de petróleo cresceram 6% frente ao ano anterior.
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