O visitante que chega ao Museu do Amanhã, na Zona Portuária da capital fluminense, às quintas-feiras, é instigado prestar atenção na música que preenche o espaço. O som potente parte de 45 vozes reunidas no canto coral “Uma Só Voz“.
A iniciativa é do programa Vozes do Amanhã, desenvolvida pelo museu e apresentada pela Volvo. Todas essas vozes têm algo em comum: vêm da garganta de pessoas em situação de rua.
“O Uma Só Voz é o ponto de partida das relações que as pessoas vão estabelecer por aqui”, ressalta Fabio Moraes, mediador social do Museu do Amanhã.
“Um museu não pode ser pensado só para um público específico, e sim para todos os públicos. Termos o Transportar e o Uma só Voz é uma provocação para todos nós e, assim, exercemos de fato o que o museu se propõe, que é discutir sustentabilidade e convivência.”, finalizou.
O Uma Só Voz foi criado em 2016 e tem repertório selecionado conjuntamente pelos integrantes e pelo regente Ricardo Branco.
O grupo reúne-se no Museu do Amanhã semanalmente e se apresenta eventualmente em outros museus e espaços públicos, como consulados, assembleias e câmaras legislativas, além de instituições culturais. Em 2023, o coral fez 79 apresentações e segue a todo vapor em 2024.
Outro projeto dentro do programa Vozes do Amanhã é o Transportar. Ele é desenvolvido com pessoas LGBTQIA+ abrigadas nos CPA (Centro Provisório de Acolhimento) da prefeitura. Qualquer pessoa, porém, pode fazer parte da iniciativa, desde que haja vaga.
O grupo se reúne às sextas-feiras e conta com cerca de 35 pessoas, todas vivendo em vulnerabilidade social, muitas delas na rua. O carro-chefe do projeto é o teatro e a produção de espetáculos. A iniciativa conta com parceria do coletivo Transparente, que também trabalha com a temática LGBTQIA+.
O Transportar está em seu 4º ano de existência. O grupo apresenta-se em diversos espaços e usa o teatro para discutir temas relevantes para a população LGBTQIA+.
Tanto o Uma Só Voz como o Transportar atuam em cinco eixos temáticos. O primeiro é o eixo de Arte e Cultura, materializado através do coral e do grupo teatral. O segundo é o da Saúde física e Mental. Ele é desenvolvido por meio do trabalho semanal de uma psicóloga que apoia a equipe e trabalha com escutas terapêuticas e arteterapia. Há ainda a parceria com projetos como o Consultório de Rua, da prefeitura do Rio.
O terceiro eixo é o da Empregabilidade, auxiliando, dialogando e buscando parcerias que possam oferecer oportunidades aos inscritos. Já o quarto é o da Educação, incentivando a retomada dos estudos por parte dos inscritos – o projeto celebra o êxito de que 30% dos participantes voltaram a estudar. Por último, o eixo de Direitos Humanos e Incidências Políticas, que propõe discussões sobre direitos e deveres e reflexões sobre a vida na rua, além de ajudar o acesso a direitos básicos, como a obtenção de documentos e auxílios governamentais.
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