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Rio Innovation Week: Cedae apresenta projetos para o estado do Rio de Janeiro

A bióloga Suza Costa encontrou um dos seus espaços favoritos no Rio Innovation Week (RIW): minifloresta da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Rodeado por mais de mil mudas, um dos estandes da Companhia e do Manancial traz um pedaço da Mata Atlântica para o maior encontro de inovação da América Latina, que começou na última terça-feira (8/11) e termina nesta sexta-feira (11), no Píer Mauá, no Centro da capital

O espaço, localizado no Armazém 3, proporciona uma experiência imersiva e sensorial aos participantes, que têm a oportunidade de fazer uma trilha virtual pela floresta. O estande homenageia o bioma que é foco do trabalho do Replantando Vida, programa socioambiental criado há 21 anos pela Cedae. 

“Fiquei encantada com o que vi. É uma forma de educação ambiental por meio da imersão. Adorei passar pelas plantas, ouvir os pássaros e ver a tecnologia inserida nessa experiência. Até porque biologia e tecnologia caminham lado a lado, como vemos em áreas como a biotech”, conta Suza, visitante de primeira viagem do RIW.

Cedae apresenta sistema de ultrafiltragem

Já na área externa, a maior Estação de Tratamento de Água do mundo, a ETA Guandu, é a estrela do segundo estande. Por lá, o público pode visitar a unidade com óculos de realidade virtual, além de ver de perto um modelo de ETA com sistema de ultrafiltragem, moderna estrutura capaz de reter partículas minúsculas no processo de tratamento. O modelo está sendo implementado em Nova Iguaçu, na área de Tinguá, Baixada Fluminense, e tem previsão de entrar em operação até o fim deste ano.

Gestão Sustentável e Cidades Inteligentes

Outro destaque do primeiro dia foi a participação do Diretor Administrativo da Cedae, Julio Urdangarin, no painel Gestão Sustentável e Cidades Inteligentes. Julio anunciou dois novos projetos em parceria com o Google, que serão lançados até o primeiro semestre de 2023, com foco em inovação, segurança hídrica e proteção ao meio ambiente: o Saneamento 5.0 e o Data Lake.

O Saneamento 5.0 vai reunir sensoriamento com imagens de satélite do Google para identificar pontos de turbidez, quase em tempo real, nos mananciais onde a Cedae capta água para tratamento.

Já a plataforma Data Lake vai reunir dados que ficarão disponíveis para consulta de startups e desenvolvedores. As informações incluirão parâmetros medidos regularmente pela Companhia, como a qualidade da água bruta e tratada. A ideia é gerar uma base de dados que permita o desenvolvimento de soluções tecnológicas para o saneamento, com informações precisas e atualizadas.

A hidratação do público é reforçada pelos aguadeiros da Cedae, que circulam por todo o evento, e também no “drink truck”, que oferece refrigerante natural produzido a partir da fruta da palmeira juçara, cultivada nos viveiros do Replantando Vida.

O “drink truck”, parado na Innovation Week,
oferece refrigerante natural produzido
a partir da fruta da palmeira juçara

As medidas de proteção aos mananciais foram o destaque da participação da Companhia no segundo dia do RIW. Inovações tecnológicas adotadas no monitoramento da água do Rio Guandu e o replantio de matas ciliares feito pelo Replantando Vida, programa socioambiental da Cedae, foram o tema de três painéis na quarta-feira (9/11).

O gerente da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, Wellis Costa, abriu o dia de apresentações detalhando os investimentos em tecnologia feitos pela Cedae, que garantiram um verão sem geosmina. Oito boias ultrassônicas importadas da Holanda foram instaladas na lagoa de captação, junto a um sistema que bombeia 3 mil litros de água por segundo, reduzindo a temperatura da água e, consequentemente, a proliferação de algas. 

O investimento é seis vezes menor do que o gasto anteriormente com carvão ativado e produtos químicos (R$ 165 milhões), e apresentou resultado praticamente imediato.

O momento de transformação cultural da Cedae, focada em inovação após a concessão dos serviços, também foi abordado no painel. Wellis citou que alguns projetos já incubados no Manancial – Centro de Inovação Socioambiental da Cedae – surgem com soluções inovadoras e sustentáveis para questões relacionadas à segurança hídrica.

As bóias de ultrassom foram citadas como exemplo também pelo gerente de Inovação Aberta da Cedae, Alfredo Piragibe, em painel sobre inovação no setor de saneamento. Ele destacou a importância das informações em tempo real geradas pelas bóias, eliminando o intervalo entre a coleta de amostra de água e análise laboratorial e permitindo que os técnicos atuem de forma rápida para garantir a qualidade da água. 

Alfredo ressaltou a necessidade de cooperação entre as empresas do setor e startups, para trazer mais eficiência para o setor de saneamento e prestar serviço de maior qualidade para os consumidores. Além disso,  convidou desenvolvedores a apresentarem propostas para o Manancial.

“É importante que a Cedae e as concessionárias trabalhem juntas, compartilhando o risco da inovação. As tecnologias vão melhorar a qualidade do serviço prestado por todas as empresas para os consumidores finais. E isto inclui a participação das startups. Andei pelos estandes das 600 startups presentes no evento e só três tinham relação com saneamento, o que mostra que o setor ainda não enxergou o potencial deste mercado. Tem que estruturar uma empresa, ter ideia consolidada e vir para o jogo. Qualquer ideia que gere eficiência pode representar milhões em economia”, destacou.

Replantando Vida

Já o Replantando Vida foi o tema de palestra do engenheiro florestal Alan Abreu, que destacou o papel fundamental da recuperação de áreas degradadas, promovida pelo programa, para proteção dos mananciais.

“Nosso lema é ‘Quem planta floresta colhe água’. Só vai ser possível manter a qualidade dos nossos mananciais se nós os protegermos, e o replantio de matas ciliares vai garantir a quantidade e qualidade da água”, disse Alan.

Ele destacou não apenas o impacto social e ambiental do Replantando Vida, mas também seus resultados financeiros: segundo Alan, de 2011 a 2020, os apenados que passaram pelo programa trabalharam um total de 558.314 dias, que resultaram na redução de 509 anos de pena (integrantes do programa tem um dia de redução da pena para cada três dias trabalhados). Isto resultou em economia para o estado de mais de R$ 11 milhões no período. Tudo isto com uma taxa de sucesso na ressocialização de apenados de 80%.

“No programa, ensinamos novos valores, além da formação profissional. E o aprendizado é uma via de mão dupla: a gente tanto ensina quanto aprende, quebrando nossos preconceitos”, destacou.

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